Covid-19: São Paulo começará a vacinar idosos com 72, 73 e 74 anos a partir de 22 de março
Estado informou ainda que vacina do Butantan é eficaz contra variantes do novo coronavírus
No início da tarde desta quarta-feira (10/3), em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o Governo de São Paulo anunciou que, a partir de 22 de março, terá início a vacinação contra o novo coronavírus de idosos com 72, 73 e 74 anos em todo o Estado. Ao todo, 730 mil pessoas nessa faixa etária poderão dar início à imunização.
A vacinação ocorrerá uma semana depois do início da imunização dos idosos com 75 e 76 anos, que começará no dia 15 de março. As vacinas serão aplicadas pelo sistema drive-thru e também nas unidades de saúde estaduais e municipais de São Paulo.
Na coletiva, o Governo do Estado também destacou que a vacina produzida pelo Instituto Butantan, na capital paulista, é eficaz contra as três principais variantes do novo coronavírus: a do Reino Unido, da África do Sul e a P.1 de Manaus.
A conclusão é de um estudo realizado pelo Butantan em parceria com a USP (Universidade de São Paulo). “A questão das variantes é uma questão que preocupa a todos nós neste momento de maior gravidade da epidemia”, afirmou na coletiva o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
“Nós já sabíamos que os anticorpos produzidos pela vacina do Butantan já tinham eficiência quanto às variantes do Reino Unido e da África do Sul. Agora, com o estudo feito pelo Butantan em associação com a Universidade de São Paulo, mostramos que também ela tem eficiência contra as variantes P.1 (Manaus) e P.2 (Rio de Janeiro). Portanto, estamos diante de uma vacina que é efetiva em proteção contra essas variantes que estão circulando neste momento”, destacou Covas.
Além disso, foi informado que o Butantan entrega nesta quarta-feira ao Ministério da Saúde uma nova remessa com 1,2 milhão de doses da vacina contra o novo coronavírus. O imunizante será distribuído para todo o país, no âmbito do Plano Nacional de Imunização.
Novos leitos
Na coletiva, o Governo de São Paulo também anunciou a abertura de 338 novos leitos para o tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos em todo o Estado. Serão 167 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 171 leitos primários (de enfermaria).
Este é o terceiro anúncio de abertura de novos leitos feito pelo Governo de São Paulo nas últimas duas semanas. Ao todo, foram anunciados 1.118 novos leitos hospitalares, sendo 676 leitos de UTI e 442 de enfermaria. “É uma tristeza termos que fazer uma expansão tão rápida como essa para atender a evolução também tão rápida do vírus no Estado”, comentou o Governador João Doria (PSDB).
Até o final de abril, a previsão é de que São Paulo tenha 9.200 leitos de UTI em funcionamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), distribuídos em todas as unidades hospitalares do Estado, inclusive nos 15 hospitais de campanha para Covid-19 em funcionamento.
Apesar do anúncio, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, fez um alerta sobre o avanço da pandemia. “Quando eu falo aumentar o número de leitos, não é simplesmente um colchão, uma cama e um respirador. É, além disso, a equipe que vai dar assistência a esse paciente. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Por isso, eu não abro um leito de UTI de um dia para o outro. Estamos dando o máximo para abrir mas, como eu disse, estamos internando 130 pessoas a mais por dia nas UTIs. Nós não temos fôlego de abrir na mesma velocidade esse número de leitos”, disse.
MAIS SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta quarta-feira (10/3) a capital paulista totalizava 19.256 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 658.452 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Até quarta, 914.052 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Crédito: Prefeitura de SP
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quarta-feira (10/3) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 83,6%.
Já na última terça (9/3), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 41%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
AÇÕES E ATITUDES
Em debate virtual realizado no dia 1º de março, cientistas envolvidos em estudos clínicos de quatro imunizantes contra o novo coronavírus concluíram que a corrida das vacinas não é uma disputa entre laboratórios, mas contra o tempo. E as novas ondas de Covid-19 e as variantes emergentes do vírus são alguns dos obstáculos que só serão superados com o maior número possível de vacinas no mercado.
Os palestrantes participaram dos estudos clínicos de quatro vacinas contra a Covid-19: CoronaVac (Sinovac Biotech com Instituto Butantan), Covidshield (AstraZeneca e Universidade de Oxford com Fundação Oswaldo Cruz), Ad26.CoV2 (Janssen/Johnson & Johnson) e Comirnaty (Pfizer/BioNTech).
Organizado por meio de parceria entre a Fundação e o Instituto do Legislativo Paulista da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o evento integra o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, realizado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), até o dia do evento 186 possíveis novos imunizantes contra o novo coronavírus estavam em testes pré-clínicos, 74 em fase clínica (testes em humanos), sendo 15 na fase 3 e quatro na fase 4.
