Covid-19: vacinação de agentes de segurança pública de SP começa dia 5 de abril e de profissionais da educação no dia 12
A vacinação contra Covid-19 dos agentes de segurança pública de São Paulo começará no dia 5 de abril, enquanto a imunização dos profissionais da educação que atuam da creche ao Ensino Médio terá início no dia 12 de abril. O anúncio ocorreu no início da tarde desta quarta-feira (24/3), em coletiva do Governo do Estado no Palácio dos Bandeirantes.
Em relação aos agentes de segurança pública, a partir do dia 5 de abril começarão a ser imunizados 180 mil profissionais da área que estão na ativa, na linha de frente da proteção à população, na ajuda aos profissionais de saúde e aqueles que garantem os serviços essenciais no Estado.
Deverão ser imunizados os policiais militares, policiais bombeiros, policiais civis, policiais da polícia científica, agentes de segurança e agentes de escolta penitenciária, além dos efetivos de todas as guardas civis municipais. “Esses profissionais são essenciais e estão diariamente expostos nas ruas”, comentou o governador João Doria (PSDB).
Sobre a educação, a partir de 12 de abril terá início a vacinação de 350 mil profissionais da área com idade a partir de 47 anos e que atuam da educação infantil (creches) ao Ensino Médio.
Nesta primeira etapa, serão imunizados professores, diretores, inspetores de alunos e profissionais que trabalham diretamente nas escolas das redes municipal, estadual e privada de ensino de São Paulo
Em relação às escolas privadas, haverá a exigência da apresentação do contracheque de, pelo menos, os últimos 2 meses da pessoa a ser vacinada. O objetivo é comprovar o vínculo do profissional com a instituição e, assim, evitar possíveis fraudes na imunização.
Vacinação
Outro anúncio do Governo de São Paulo durante a coletiva foi a antecipação, para esta sexta-feira (26/3), do início da vacinação de idosos com 69, 70 e 71 anos. A imunização desta faixa etária, que soma 910 mil pessoas no Estado, estava prevista para começar no sábado (27/3), mas pôde ser antecipada graças à entrega de novas doses da vacina contra o novo coronavírus pelo Instituto Butantan.
Na manhã desta quarta, o Butantan entregou ao Ministério da Saúde uma nova remessa com 2,2 milhões de doses do imunizante, que deverão ser distribuídas para todo o país no âmbito do PNI (Programa Nacional de Imunização). Até o momento, o Instituto Butantan já entregou um total de 27,8 milhões de doses da vacina.
Fiscalização
Também na coletiva, foi informado que a fiscalização realizada pela força-tarefa do Governo do Estado em conjunto com as prefeituras paulistas fechou, até esta quarta-feira, mais de 716 festas clandestinas e comércios que funcionaram irregularmente na capital, na grande São Paulo, no litoral e no interior durante a fase emergencial do Plano SP. Desde o dia 26 de fevereiro, a força-tarefa realizou 14.495 fiscalizações.
MAIS SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, na última terça-feira (23/3) a capital paulista totalizava 20.574 vítimas da Covid-19.
Havia, ainda, 691.379 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, 982.018 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quarta-feira (24/3) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 92,2%.
Já na terça (23/3), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 43%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
AÇÕES E ATITUDES
O novo Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na última terça-feira (23/3), chama atenção para a necessidade da adoção de medidas rígidas para o bloqueio da transmissão da doença em todos os Estados, capitais e municípios que se encontram na zona de alerta crítico.
Entre as principais recomendações apontadas estão a restrição das atividades não essenciais por cerca de 14 dias (para redução de aproximadamente 40% da transmissão) e o uso obrigatório de máscaras por pelo menos 80% da população.
No documento, ainda é destacado o agravamento do cenário nacional, que apresenta números extremamente altos de casos e óbitos diários por Covid-19, a preocupante permanência da tendência de aceleração da transmissão do novo coronavírus e o quadro muito crítico das taxas de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o Brasil.
Os pesquisadores do Observatório afirmam que, desde o início do mês de março, o país assiste a um quadro que denota o colapso do sistema de saúde no Brasil para o atendimento de pacientes que requerem cuidados complexos para a Covid-19. Este colapso, argumentam, não foi produzido em março de 2021, mas ao longo de vários meses, refletindo os modos de organização para o enfrentamento da pandemia no país, nos estados e nos municípios.
De acordo com os dados oficiais, ocorreram, em média, 73 mil casos diários e 2 mil óbitos por dia provocados pela Covid-19 na última semana epidemiológica analisada (período de 14 a 20 de março de 2021). Além disso, o número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia e o número de óbitos provocados pela doença aumentou para 3,2% ao dia, um ritmo ainda maior do que o das semanas anteriores. Também foi observado um aumento desproporcional da mortalidade no país, passando de cerca de 2% no final de 2020 para 3,1% agora em março.
Para os pesquisadores, o cenário é preocupante, pois indica que pode estar havendo uma situação de desassistência e falhas na qualidade do cuidado prestado para pacientes com quadros graves de Covid-19. Eles comentam que a incapacidade de diagnosticar correta e oportunamente os casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais, em um processo que vem sendo apontado como o colapso do sistema de saúde, pode aumentar a letalidade da doença, dentro e fora de hospitais.
Os responsáveis pelo Boletim alertam que, neste momento de crise, é urgente a adoção rigorosa das medidas de bloqueio da transmissão na quase totalidade dos Estados e capitais que se encontram na zona de alerta crítico, bem como nos municípios que integram regiões de saúde onde há altas taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19.
Eles destacam que a coordenação e integração destas medidas, articuladas entre os diferentes níveis de governo e com ampla participação da sociedade, é vital neste momento. Assim, mesmo que vários municípios e estados já venham adotando estas medidas, é fundamental que governos municipais, estaduais e federal caminhem todos na mesma direção para ampliá-las e fortalecê-las, uma vez que a adoção parcial e isolada nos levará ao prolongamento da crise sanitária.
Além disso, o documento apresenta uma lista de medidas urgentes com o objetivo de conter a crise sanitária e o colapso do sistema de saúde. Para que essas medidas de bloqueio possam ser bem-sucedidas, destaca o Boletim, elas devem ser adotadas conjuntamente, demandando cerca de 14 dias para que produzam resultados na redução das taxas de transmissão em aproximadamente de 40%, exigindo o monitoramento diário para acompanhar seus impactos na redução de casos, taxas de ocupação de leitos hospitalares e óbitos. O documento também toma como base para a recomendação a Carta do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e estudos realizados em outros países.
*Ouça abaixo a versão podcast boletim Coronavírus