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Covid-19: vacinação de idosos com 67 anos em SP começa em 14 de abril; no dia 21 tem início imunização de 65 e 66 anos

Por Daniel Monteiro | 07/04/2021

O Governo de São Paulo anunciou, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes na tarde desta quarta-feira (7/4), que no dia 14 de abril tem início a vacinação contra o novo coronavírus de idosos com 67 anos. Já no dia 21 de abril, começarão a ser imunizados idosos com 65 e 66 anos em todo o Estado.

A expectativa é que deverão receber a primeira dose da vacina 350 mil idosos com 67 anos e 760 mil com 65 e 66 anos, totalizando mais de 1,1 milhão de pessoas nessas faixas etárias.

Vale destacar que, no último dia 2 de abril, começaram a ser vacinados idosos com 68 anos e, no último dia 5, também começaram a ser imunizados profissionais das forças de segurança que atuam em São Paulo.

Além disso, a partir da próxima segunda-feira (12/4), serão incluídos no cronograma de vacinação trabalhadores da educação básica de escolas públicas e privadas do Estado com idade a partir de 47 anos.

Ainda sobre vacinação, o Governo do Estado informou que, na manhã desta quarta-feira, o Instituto Butantan entregou ao Ministério da Saúde um novo lote com 1 milhão de doses da vacina contra o novo coronavírus, que deverão ser distribuídas em todo o país no âmbito do PNI (Programa Nacional de Imunizações). Desde o começo de sua produção, o Butantan já produziu 38,2 milhões de doses do imunizante.

Oxigênio

Na coletiva desta quarta-feira, o Governo de São Paulo também anunciou que começou a distribuição de 1 mil concentradores de oxigênio para unidades hospitalares do Estado. Desse total, 624 equipamentos serão distribuídos nesta semana. Os demais 376 concentradores deverão chegar a São Paulo na sexta-feira (9/4).

Os 1 mil concentradores foram adquiridos com recursos públicos e doações privadas. Os equipamentos são utilizados como apoio para pacientes menos graves, o que permite que respiradores de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) possam ficar destinados aos pacientes mais graves. Segundo a administração estadual, isso cria um alívio e melhora a condição hospitalar na rede pública de saúde.

Além disso, o Governo do Estado informou a compra de 2 mil cilindros de oxigênio para serem distribuídos a todos os 645 municípios paulistas. Do total, 540 já foram entregues em 34 cidades da Baixada Santista, Vale do Paraíba, Araçatuba, São José do Rio Preto, Região Metropolitana, Campinas e Itapeva.

Nos próximos dias, outros 400 cilindros deverão ser entregues em cidades com necessidades emergenciais e, até o final do mês de abril, os demais 1060 também deverão ser distribuídos em todo o Estado.

Assistência social

Ainda na coletiva, o Governo de São Paulo destacou a criação do Bolsa do Povo, unificação e ampliação da abrangência de todos os programas sociais estaduais em um cadastro único, com aumento dos valores pagos. A iniciativa vai reunir programas sociais estaduais já existentes, abrangendo sete eixos diferentes: Bolsa Trabalho (Emprego), Bolsa Renda Cidadã (Assistência Social), Bolsa Aluguel Social (Habitação), Bolsa Talento Esportivo (Incentivo), Bolsa Auxílio Via Rápida (Qualificação Profissional), Ação Jovem e contratação de mães e pais nas escolas (Educação), além da contratação de agentes de apoio na Saúde.

Dessa forma, o Bolsa do Povo vai pagar auxílios de até R$ 500 e poderá beneficiar até 500 mil pessoas direta e indiretamente nos 645 municípios paulistas. Segundo a administração estadual, apenas em 2021, está previsto um investimento de R$ 1 bilhão no programa, como medida de enfrentamento à vulnerabilidade socioeconômica causada pela pandemia.

O Projeto de Lei com a proposta de criação do programa será enviado ainda nesta quarta-feira à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), para apreciação dos deputados estaduais.

Além disso, o Governo de São Paulo informou que, após reunião do Comitê Empresarial Solidário desta quarta-feira, o setor privado se comprometeu a doar meio milhão de cestas básicas, no valor de R$ 35 milhões, a serem distribuídas para todas as famílias em situação de vulnerabilidade no Estado.

MAIS SOBRE O NOVO CORONAVÍRUS

De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, nesta quarta-feira (7/4) a capital paulista totalizava 23.388 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 764.032 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, nesta quarta-feira (7/4) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo é de 88%.

Já na última terça (6/4), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 42%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

AÇÕES E ATITUDES

Recentemente publicado, o mais novo Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 Fiocruz alerta que a pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo do mês de abril, prolongando a crise sanitária e o colapso nos serviços e sistemas de saúde nos estados e capitais brasileiras.

A análise mostra que o vírus Sars-CoV-2 e suas variantes permanecem em circulação intensa em todo o país. Além disso, a sobrecarga dos hospitais, observada pela ocupação de leitos de UTI, também se mantêm alta.

Segundo os autores do boletim, ao longo da última semana epidemiológica, houve uma aceleração da transmissão de Covid-19 no Brasil e, devido ao acúmulo de casos, diversos deles graves, advindos da exposição ao vírus ainda no mês de março, o vírus permanece em circulação intensa em todo o país.

Foi observado ainda um novo aumento da taxa de letalidade, de 3,3 para 4,2%. Este indicador se encontrava em torno de 2,0% no final de 2020. Os pesquisadores alertam que esse crescimento pode ser consequência da falta de capacidade de se diagnosticar, correta e oportunamente, os casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais.

Com base neste cenário e a partir da premissa de que o “essencial é proteger a saúde e salvar vidas”, os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, responsáveis pelo estudo, defendem que é fundamental neste momento a adoção ou a continuidade de medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas bloqueio ou lockdown, seguidas das de mitigação, com o objetivo reduzir a velocidade da propagação.

A análise aponta para a necessidade de maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais para todos estados, capitais e regiões de saúde que tenham uma taxa de ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos.

Para que se alcance os resultados esperados, o estudo destaca que essas medidas de bloqueio precisam ter pelo menos 14 dias de duração e, em algumas situações, mais tempo, dependendo da amplitude do rigor da aplicação. Na visão dos pesquisadores, é fundamental a adoção de medidas combinadas e complexas, assim como a coerência e a convergência dos poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como dos diferentes níveis de governo (municipais, estaduais e federal), em favor destas medidas de bloqueio.

Dentre as medidas de bloqueio propostas, estão a proibição de eventos presenciais, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional; a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país; o toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana; o fechamento das praias e bares; a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado; a instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; a adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos; a ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

Os resultados da investigação apontam ainda que é fundamental insistir nos esforços para o fortalecimento da rede de serviços de saúde, incluindo os diferentes níveis de atenção e de vigilância, com ampla testagem, compra e ampliação da produção de vacinas, e aceleração da vacinação. Os pesquisadores orientam que é imprescindível ainda garantir condições para que a população possa se manter em casa protegida, limitando a circulação de pessoas nas cidades apenas para a execução de atividades verdadeiramente essenciais.

*Ouça abaixo a versão podcast do boletim Coronavírus

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