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Desenvolvida pelo Butantan, vacina Coronavac entra em fase final de testes

Por Daniel Monteiro | 23/11/2020

Os ensaios clínicos da fase 3 da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, na capital paulista, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, chegaram ao número mínimo de voluntários infectados pelo novo coronavírus (causador da Covid-19) para poder ter sua eficácia analisada. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23/11), em coletiva de imprensa on-line realizada na sede do Butantan.

Os dados agora serão enviados para análise de um Comitê Internacional Independente que acompanha os ensaios sobre o imunizante. A expectativa do Instituto Butantan é que os resultados sobre a eficácia da vacina e seu índice de proteção contra o novo coronavírus sejam divulgados na primeira semana de dezembro.

Caso seja comprovado que a Coronavac funciona, as informações serão encaminhadas imediatamente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para reconhecimento e chancela do órgão.

Se o trâmite de aprovação ocorrer no ritmo esperado e o imunizante obtiver o registro junto à Anvisa, o Butantan estima que em janeiro de 2021 haverá 46 milhões de doses da vacina prontas para aplicação e disponíveis para o uso campanhas de imunização contra o novo coronavírus.

A Coronavac encontra-se na última etapa dos ensaios clínicos (fase 3) para comprovação de sua eficácia e segurança. No Brasil, os testes são coordenados pelo Instituto Butantan e envolvem 13 mil profissionais de saúde em 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Dos 10.800 voluntários dos ensaios clínicos no país, 74 contraíram o novo coronavírus até agora, acima do mínimo de 61 necessários para a chamada abertura do estudo. A partir dessa etapa, será feita uma comparação da evolução da infecção entre os voluntários que tomaram o imunizante contra o novo coronavírus e os que tomaram um placebo – nem os pacientes, nem os pesquisadores têm conhecimento prévio dessa informação.

Somente após a análise desses dados é que os índices de eficácia da vacina poderão ser preliminarmente atestados, o que permitirá o pedido de registro à Anvisa, que exige no mínimo 50% de cobertura do imunizante.

Resultados preliminares da fase 3, divulgados no último dia 17 de novembro, mostram que a Coronavac é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.  As informações foram publicadas pela revista científica Lancet Infectious Diseases. Os dados, que contam com a revisão de diversos cientistas, são mais um passo para o desenvolvimento do imunizante.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Um novo estudo do Datafolha, encomendado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), mostra que brasileiros e brasileiras de 45 a 55 anos estão consumindo mais alimentos ultraprocessados durante a pandemia – o consumo desses produtos nessa faixa etária era de 9% em outubro de 2019, enquanto em junho deste ano saltou para 16%.

Segundo revela o levantamento feito em 2020, que abordou pessoas entre 18 e 55 anos pertencentes a todas as classes econômicas e de todas as regiões do Brasil, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados foram os produtos campeões de consumo em comparação com o levantamento realizado em 2019, subindo de 30% para 35% a proporção de pessoas que os consomem. O segundo lugar no ranking ficou para margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados, cujo consumo subiu de 50% para 54% em 2020.

Analisando as regiões, 57% da população no Sudeste relatou consumir margarina, enquanto em 2019, 50% das pessoas dessa região consumiram esse produto. Em segundo lugar ficaram os sucos de fruta em caixa ou lata ou refrescos em pó, com um aumento de 30% para 36% no período. Já na terceira posição ficou o salgadinho de pacote ou biscoito salgado, de 27% para 33%.

Em relação à escolaridade dos participantes, 33% das pessoas que estudaram até o ensino fundamental consumiram salsicha, linguiça, mortadela, presunto e outro alimento embutido em 2020, enquanto esse consumo era de 24% no ano anterior. Além disso, 51% dos indivíduos com essa mesma escolaridade utilizaram margarina, maionese, ketchup e outros molhos industrializados em seus alimentos neste ano, sendo que 42% os consumiam em 2019.

Quando analisado o local de moradia da população, revelou-se que o consumo de pelo menos uma fruta diminuiu nos municípios do interior, de 68% para 62%. Além disso, na região Nordeste, a frequência do consumo de pelo menos uma fruta diminuiu de 72% em 2019 para 64% em 2020.

Especialistas apontam que a tendência de consumir os processados deve continuar, uma vez que as políticas adotadas até agora para promover a alimentação saudável durante a pandemia foram muito tímidas e houve um aumento da publicidade e do apelo, tanto pela conveniência, quanto pela comodidade do consumo de ultraprocessados. Também foi destacado o aumento no preço dos alimentos saudáveis como outro fator que levou à procura produtos ultraprocessados.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

Segundo dados do boletim diário sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta segunda-feira (23/11) a capital paulista contabiliza 14.179 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 394.901 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 566.263 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 571.513 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta segunda-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta segunda-feira, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 55,3%.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, no último domingo (22/11), foi de 46%.

Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

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