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Desenvolvida pelo Instituto Butantan, vacina contra o novo coronavírus pode ter registro agilizado junto à Anvisa

Por Daniel Monteiro | 02/10/2020

Foi anunciado nesta sexta-feira (2/10) que o Instituto Butantan, na capital paulista, iniciou o envio da documentação exigida pelo Ministério da Saúde para possível registro da Coronavac como uma vacina contra o novo coronavírus.

O objetivo é acelerar o processo de registro do imunizante junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os documentos foram enviados por meio de uma plataforma digital da agência. Foram disponibilizados dados preliminares de produtos biológicos para Covid-19 e os relatórios de eficácia e segurança obtidos até o momento com a Coronavac em testes não-clínicos (feitos em laboratório ou em animais antes da testagem em humanos).

Na última quinta-feira (1/10), a Anvisa confirmou que pode flexibilizar os critérios de eficácia para aprovar vacinas contra a doença, desde que em conformidade com parâmetros internacionais de regulação.

A Coronavac é desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac Life Science. Após resultados positivos nas duas primeiras etapas de estudos clínicos com milhares de voluntários na China e no Brasil, a vacina está no estágio final de testagem para atestar a eficácia na prevenção da Covid-19.

De acordo com o Butantan, a expectativa é que os voluntários sejam todos vacinados ainda em outubro, com imediato pedido de aprovação emergencial da Coronavac se a vacina for bem-sucedida. A meta é iniciar a campanha de vacinação contra o coronavírus na segunda quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e privadas de saúde.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Segundo dados do boletim diário publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), nesta sexta-feira (2/10) a capital paulista contabiliza 12.832 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 335.330 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 415.786 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 454.318 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta sexta-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema de saúde pública na Grande São Paulo, nesta sexta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 42,6%.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quinta-feira (1/10), foi de 41%.

Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

AÇÕES E ATITUDES

Um estudo recentemente divulgado sugere que uma proteína circulante no sangue de pacientes com Covid-19 pode servir como uma espécie de “termômetro biológico” capaz de indicar a gravidade da inflamação provocada pelo novo coronavírus.

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) descobriram que o acompanhamento das taxas da proteína sTREM-1 – já a partir dos primeiros sintomas da doença – serviria como uma ferramenta importante para auxiliar a tomada de decisão das equipes de saúde e também como um preditor de evolução e desfecho da doença.

Segundo os autores do estudo, existe uma variação muito grande na resposta inflamatória dos pacientes ao novo coronavírus e ainda não se sabe exatamente por quê. No entanto, há indícios de que o monitoramento dessa proteína, que pode ser realizado por meio de exames simples (como testes imunoenzimáticos), auxilie no tratamento dos doentes.

De acordo com os pesquisadores, ao acompanhar as taxas dessa proteína, a decisão da equipe de saúde é amparada por um biomarcador, cujo aumento está relacionado com o agravamento da doença.

O achado foi divulgado em uma plataforma on-line dedicada à publicação de artigos em versão preprint, ou seja, antes de passarem pelo processo de revisão por pares. O estudo é apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), por meio de um projeto dedicado a investigar biomarcadores e alvos terapêuticos para a Covid-19.

A pesquisa integra o consórcio ImunoCovid – coalizão multidisciplinar de 11 pesquisadores da USP e UFSCar que trabalham em colaboração e com o compartilhamento de dados e de amostras, liderado por Lúcia Helena Faccioli, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP.

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