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Governo de São Paulo confirma envio de novo lote de insumos para produção da Coronavac no Butantan

Por Daniel Monteiro | 26/01/2021

Na manhã desta terça-feira (26/1), em coletiva extraordinária no Palácio dos Bandeirantes, o Governo do Estado informou que a China enviará, até o dia 3 de fevereiro, um novo lote de 5,4 mil litros de insumos da Coronavac para São Paulo. Dessa forma o Instituto Butantan, que desenvolve a vacina no Brasil em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, poderá dar continuidade à produção local do imunizante.

A confirmação se deu após reunião virtual, também na manhã desta terça, que contou com a participação do governador João Doria; do secretário estadual de Relações Internacionais, Julio Serson; do diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas; do presidente da Investe São Paulo, Wilson Mello; do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming; de conselheiros da embaixada chinesa; e da cônsul geral da China em São Paulo, Chen Peijie.

Na coletiva, o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, destacou que os problemas para liberação dos insumos se devem ao processamento burocrático dos documentos necessários para a exportação dos componentes ao Brasil. “Mas, mesmo assim, neste momento, nós já tivemos a sinalização [da embaixada da China] de que a liberação desses lotes será feita de uma maneira muito rápida, começando por esses 5,4 mil litros, que foram anunciados no dia de ontem e que chegarão com previsão aqui na próxima semana, no dia 3 de fevereiro”, reforçou.

O diretor-presidente do Butantan também afirmou que um segundo lote de 5,6 mil litros de insumos para a produção da Coronavac está em processo adiantado de liberação por parte da China. “Com esses dois lotes, totalizando 11 mil litros, nós regularizaremos nossas entregas ao Ministério da Saúde. E, com o restante que deverá vir dentro do que já está planejado até o final de abril, totalizaremos as 40 milhões de doses que temos contratadas até esse momento”, pontuou.

Covas disse ainda que o Instituto Butantan está dialogando com o Ministério da Saúde sobre a produção de mais doses da Coronavac, além da quantidade já contratada. “Existe a possibilidade de um adicional de 54 milhões de doses, mas, para isso, precisamos de uma manifestação do Ministério da Saúde. Na última sexta-feira enviei um ofício solicitando essa manifestação, para que nós possamos planejar essa produção. O quanto antes houver essa definição, o quanto antes iniciaremos esse planejamento e o quanto antes traremos essas vacinas”, finalizou.

Presente à coletiva, o embaixador chinês Yang Wanming comentou a importância da cooperação entre China e Brasil para o desenvolvimento da vacina. “Gostaria de destacar os avanços significativos da cooperação entre a Sinovac e o Instituto Butantan, que evidencia a atitude científica e rigorosa dos pesquisadores de ambos os países. Neste momento, a Coronavac está sendo aplicada em todo o Brasil. Isto demonstra que nossa cooperação beneficia não só os paulistas, como também todo o povo brasileiro”, frisou.

Em sua fala, o embaixador chinês também reforçou a importância da vacina no combate à pandemia e ressaltou que a disposição da China em auxiliar no combate ao novo coronavírus. “As vacinas são uma arma para conter a pandemia e garantir a saúde do povo, e não um instrumento político, e o lado chinês atribui muita importância às cooperações no desenvolvimento da vacina. E gostaríamos de consolidar as cooperações entre as duas partes. A situação da pandemia ainda é incerta e haverá uma demanda urgente, de longo prazo, pela vacina. A China está disposta a manter comunicações com o governo federal do Brasil, com o governo estadual de São Paulo, e apoiar em conjunto a parceria entre Sinovac e Butantan, de maneira que a Coronavac contribua ainda mais no combate à pandemia no Brasil”, finalizou Wanming.

MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS

Segundo dados do boletim diário sobre a pandemia do novo coronavírus publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta terça-feira (26/1) a capital paulista contabiliza 17.007 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 549.786 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 807.883 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 767.035 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta terça-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta terça, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 71%.

Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última segunda, foi de 47%.

Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

AÇÕES E ATITUDES

Desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), uma pesquisa de doutorado pretende avaliar o impacto do distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19 em crianças e adolescentes com deficiência motora ou intelectual, entre 3 e 17 anos.

De acordo com o estudo, no período de distanciamento social, quando a maioria dessas crianças e adolescentes não está frequentando escolas e terapias, pode haver mudanças na participação delas nas atividades em casa, no nível de atividade física e na qualidade de vida das crianças e dos cuidadores.

Uma hipótese é que a participação nas atividades em casa aumente, visto que o tempo em que as crianças e adolescentes estão com a família é maior. Já o nível de atividade física e a qualidade de vida devem diminuir, considerando a inatividade física que o distanciamento social pode impor, bem como a diminuição de contatos sociais e momentos de lazer.

Nesse contexto, a pesquisa pretende entender quais mudanças estão acontecendo e, então, elaborar orientações e intervenções de modo a minimizar os impactos negativos do momento junto a esse público.

Para a realização do estudo, estão sendo convidados pais ou responsáveis por crianças e adolescentes com idade entre 3 e 17 anos, que tenham deficiência motora ou intelectual diagnosticada. Os voluntários participarão de avaliações on-line e via telefone, com início imediato, e que se repetirão após quatro meses e, também, dois meses após o retorno ao convívio social.

As orientações fornecidas pelos pesquisadores, por meio de cartilhas e conversas com as famílias, vão incentivar que as crianças e adolescentes participem da rotina diária em casa e mantenham um estilo de vida fisicamente ativo.

Interessados em participar devem contatar a pesquisadora Beatriz Brugnaro pelo telefone (19) 99758-1342 (WhatsApp) ou pelo e-mail bia10.helena@gmail.com, até o final do mês de fevereiro.

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