Levantamento destaca importância da ciência e das universidades públicas no combate à Covid-19
Um mapeamento realizado por pesquisadores do Projeto Ciência Popular da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo), na capital paulista, registrou mais de 2 mil ações realizadas pelas universidades e institutos federais brasileiros para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus em todo o Brasil.
Segundo os autores, o objetivo do levantamento é valorizar a produção científica e mostrar o quanto estas instituições de ensino e pesquisa contribuíram na busca de soluções (tratamentos, testes, vacinas, equipamentos de prevenção e suporte hospitalar) e no desenvolvimento de estratégias para a criação de políticas públicas de saúde para minimizar os impactos da pandemia na população.
O mapeamento, que envolveu várias regiões metropolitanas brasileiras e já é considerado o maior até o momento, mostra que a maior concentração foi registrada na Região Sudeste, com 896 ações mapeadas até o momento (44.7%), seguida do Nordeste (567), Sul (266), Centro-Oeste (142) e Norte (134).
Pelo levantamento, as Universidades Públicas Federais se destacaram com 868 ações mapeadas (43.3%), seguidas das Universidades Públicas Estaduais (616) e Institutos Federais (396). No que diz respeito ao tripé que norteia as universidades, a expressiva maioria (77.8%) ou 1.560 das iniciativas ficaram na categoria de extensão universitária, além de ações voltadas à pesquisa (340) e ao ensino (105). A USP contribuiu direta ou indiretamente com 413 ações, o que corresponde a aproximadamente 20% de todas as produções científicas do Brasil.
Dentre as 2.005 ações levantadas, o maior grupo (21%) diz respeito à disseminação de informações e divulgação científica (ex: portal de notícias ou outras informações); seguido de 323 ações (16,1%) de produção de equipamentos de proteção individuais (ex: face shield, máscara ou luvas); 233 (11,6%) de orientações ou apoio ao isolamento social (ex: psicossocial, nutricional, atividade física ou entretenimento); 168 (8,4%) de estudos biológicos ou no campo da saúde; 150 (7.5%) produção de desinfetantes (ex: álcool ou água sanitária); 148 (7,4%) estudos ou projeções socioeconômicas; 116 (5,8%) rede de solidariedade ou doações de alimentos; 105 (5,2%) produção de testes para Covid-19; 104 (5,2%) de apoio ao atendimento (ex: leitos, estrutura ou profissionais); 81 (4%) produção de respiradores e/ou equipamentos de apoio às UTIs; 70 (3,5%) de capacitação de profissionais da saúde; e, demais ações, somam 86.
O mapeamento identificou, ainda, 64 iniciativas voltadas para os gestores e Poder Público; 1.453 para a população e sociedade civil; 353 para profissionais da saúde; 44 para cientistas e pesquisadores; e 55 para a comunidade escolar.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Segundo dados do boletim diário publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), nesta terça-feira (06/10) a capital paulista contabiliza 12.891 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 336.770 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 423.422 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 454.636 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta terça-feira.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, nesta terça-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 41,9%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última segunda-feira (5/10), foi de 41%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Até o próximo sábado (10/10), das 8h às 17h, o Instituto Butantan realiza testes de Covid-19 em formato drive thru no estacionamento do Shopping D, na região da Armênia, zona norte de São Paulo. A iniciativa é voltada para pessoas assintomáticas.
O atendimento é limitado a 500 testes por dia e o acesso em carros de passeio pode ser feito pela Avenida Cruzeiro do Sul 1.100. Os testes são do tipo RT-PCR, que coleta material do nariz e da garganta e identifica se a pessoa está infectada com o vírus. Os resultados serão enviados por e-mail.
A CÂMARA DURANTE A PANDEMIA
Em reunião nesta terça-feira (6/10), os integrantes do Comitê Emergencial de crise na Educação, vinculado à Comissão de Educação, Cultura e Esportes, discutiram sobre a reabertura das escolas para atividades extracurriculares da próxima quarta-feira (7/10), como havia sido anunciado pela Prefeitura anteriormente. Ainda não se trata do retorno presencial às aulas.
Durante a reunião, foram ouvidos representantes de sindicatos da área da educação, que se manifestaram sobre a possibilidade de reabertura das escolas.
Também foi definido que a Comissão de Educação irá elaborar um ofício para buscar esclarecimentos sobre possíveis ataques aos Conselhos de Escola, por decidirem pela não reabertura este mês. A Comissão também deve enviar uma nota de repúdio à Instrução Normativa da Prefeitura de São Paulo, publicada em 25 de setembro, que trata dos procedimentos para o atendimento nas unidades educacionais da rede direta, parceira e particular a partir do dia 07 de outubro.
AÇÕES E ATITUDES
Uma iniciativa on-line, realizada pelo LECH-UFSCar (Laboratório de Estudos do Comportamento Humano da Universidade Federal de São Carlos), busca voluntários para participação na pesquisa “Fatores comportamentais e experiências vivenciadas durante a pandemia de COVID-19”.
O objetivo do estudo é investigar possíveis relações entre as experiências vivenciadas durante a pandemia de Covid-19 e os processos comportamentais inerentes a decisões que envolvem resultados em longo prazo ou que afetam outros indivíduos.
A expectativa é que o estudo leve a uma melhor compreensão da relação entre alguns fatores comportamentais e as experiências vivenciadas durante a pandemia do novo coronavírus, o que pode subsidiar intervenções que ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas no cenário atual.
Podem participar quaisquer pessoas com 18 anos completos ou mais, residentes no Brasil. A participação na pesquisa se dará por meio do preenchimento de um questionário on-line, com duração aproximada de 40 minutos, até dia 31 de outubro de 2020.