Oito regiões do Estado regridem no Plano SP; capital continua na fase amarela
Na tarde desta sexta-feira (15/1), em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o Governo do Estado anunciou a nova reclassificação do Plano São Paulo de combate à pandemia. A cidade de São Paulo e a região metropolitana da capital paulista se mantiveram na fase amarela do plano.
Sete regiões do Estado – Araçatuba, Bauru, Franca, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Taubaté – regrediram da fase amarela para a fase laranja, enquanto uma região – Marília – voltou para a fase vermelha.
As novas classificações passam a vigorar a partir da próxima segunda-feira, dia 18 de janeiro. “As medidas são para evitar a superlotação de hospitais e unidades de terapia intensiva e, consequentemente, a falta de atendimento médico necessário”, afirmou o governador João Dória.
Entre os argumentos para a reclassificação, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou o aumento de 5% no número de casos, de 2% no número de óbitos e de 10% no número de internações por Covid-19 na última semana epidemiológica. “O mundo enfrenta a segunda onda de Covid-19 e o Brasil, e o Estado de São Paulo, não foram, infelizmente, diferentes. Os índices que temos hoje na saúde são similares, no Estado de São Paulo, àqueles que atingimos no pico da pandemia na primeira onda”, apontou.
O secretário estadual de Saúde também afirmou que os índices registrados no território paulista são reflexo das festividades de fim de ano e da consequente diminuição da atenção da população com as medidas de isolamento social no período. “Infelizmente, as aglomerações que nós observamos em todo Estado no final do ano passaram a se revelar agora nas estatísticas”, ressaltou.
Participaram da coletiva o coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo; o coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes; a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen; o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas; e o professor do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Marcelo Zuffo.
Amazonas
Durante a coletiva, o Governo do Estado anunciou o encaminhamento de 40 ventiladores pulmonares, desenvolvidos por pesquisadores da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), para a Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, com o objetivo de auxiliar o acolhimento de pacientes graves com Covid-19 no Estado.
Também foi anunciada a disponibilização de leitos em hospitais públicos e privados do Estado para pacientes – incluindo bebês prematuros que estão internados – que possam ser transferidos do Amazonas para São Paulo, de forma a desafogar o sistema de saúde amazonense, que atualmente sofre com o desabastecimento de oxigênio nos hospitais locais.
Coronavac
Ainda na coletiva desta sexta-feira, o Governo do Estado informou que 4,5 milhões de doses prontas da vacina Coronavac serão encaminhadas para um centro de distribuição do Ministério da Saúde, com o objetivo de serem destinadas a todos os Estados e ao Distrito Federal.
A expectativa é que no próximo domingo (17/1) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorize a utilização emergencial da vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, na capital paulista, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
Segundo dados do boletim diário sobre a pandemia do novo coronavírus publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta sexta-feira (15/1) a capital paulista contabiliza 16.461 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 523.367 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 770.592 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 743.899 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta sexta-feira.
Em relação ao sistema público de saúde na Grande São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta sexta, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 é de 69%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, na última quinta, foi de 40%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
AÇÕES E ATITUDES
Uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) durante a pandemia aponta que o uso de estufa com calor seco é o método de descontaminação mais eficaz para inativar o vírus da Covid-19 em máscaras cirúrgicas e respiradores (máscaras N95) usados por profissionais de saúde.
A estufa, além de manter a capacidade de filtração dos equipamentos de proteção, permite que sejam reaproveitados com segurança. As conclusões do trabalho estão em artigo publicado em dezembro no International Journal of Infectious Diseases.
A pesquisa avaliou máscaras cirúrgicas e respiradores (máscara N95) de cinco fabricantes, além dos equipamentos usados em quatro métodos de descontaminação: calor seco (estufa), autoclavagem (autoclave), termodesinfecção (máquina de secagem térmica) e peróxido de hidrogênio (máquina de vapor). Além disso, fragmentos das máscaras positivas por RT-PCR foram submetidas ao cultivo do vírus com o intuito de avaliar se o novo coronavírus permanecia viável e poderia ser transmitido.
Além da inspeção visual para identificar sinais de deterioração, funcionalidade do elástico e clipe nasal, as máscaras foram avaliadas quanto à permeabilidade ao ar (passagem de ar sob pressão), resistência ao estouro (rompimento) e respirabilidade.