Plano SP é atualizado e todos os municípios de São Paulo retornam à fase amarela
O Governo do Estado anunciou, em coletiva on-line realizada nesta segunda-feira (30/11), que todos os municípios paulistas, inclusive a capital, vão retornar à fase amarela do Plano São Paulo de enfrentamento ao coronavírus e retomada econômica. A medida, válida a partir da próxima quarta-feira (2/12), foi tomada devido à piora nos indicadores estaduais de mortes, infecções e ocupação de leitos destinados à pacientes com Covid-19.
Com o recuo da fase verde para a fase amarela, haverá aumento das restrições de funcionamento de estabelecimentos comerciais em todo o território paulista. Apesar disso, a administração estadual anunciou que não haverá alteração na programação de volta às aulas e as escolas no Estado não serão fechadas. Até o anúncio desta segunda-feira, 76% da população de São Paulo, inclusive a capital, estava na fase verde, a mais branda em termos de restrições.
A fase amarela do Plano São Paulo permite o funcionamento, com restrições, do comércio de rua, shoppings centers, escritórios, bares e restaurantes, academias, salões de beleza e barbearias, que poderão operar presencialmente com até 40% de sua ocupação máxima e por, no máximo, 10 horas por dia. Os estabelecimentos poderão funcionar até, no máximo, às 22h e os eventos com público em pé estão proibidos.
Também foi anunciado que Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo decidiu diminuir o tempo de análise dos dados da pandemia, que era feito de 28 em 28 dias e passará a ser de 7 em 7 dias.
Foi reforçado, ainda, o apelo para que a população siga as medidas sanitárias de proteção previstas pela quarentena, como a obrigatoriedade do uso de máscara ao sair de casa, seguir o distanciamento social de 1,5 metro, lavar as mãos, usar álcool em gel e evitar aglomerações.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
De acordo com boletim diário desta segunda-feira (30/11) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), a capital paulista contabiliza um total de 14.401 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 407.127 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 597.894 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 589.861 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta segunda-feira.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta segunda-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 59,7%.
Já no último domingo (29/11), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 45%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
AÇÕES E ATITUDES
Ao longo dos próximos anos, pesquisadores da EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo) vão estudar possíveis mudanças provocadas pela pandemia do novo coronavírus de comportamento das pessoas em atividades que exigem locomoção.
O estudo visa responder perguntas como: será que as pessoas utilizarão menos o transporte público após a pandemia? Boa parte das viagens ao trabalho serão substituídas por reuniões on-line? De que forma o aumento do uso da tecnologia durante a quarentena afetará os hábitos das pessoas depois que a Covid-19 estiver erradicada?
São três trabalhos em andamento que englobam duas dissertações de mestrado e uma tese de doutorado. A expectativa é que os resultados poderão ser importantes tanto para a sociedade como para os órgãos governamentais, principalmente se for comprovada a redução dos deslocamentos, em especial aqueles realizados com automóveis particulares.
As conclusões dos estudos deverá impactar a mobilidade, fazendo com que menos poluentes sejam lançados na atmosfera, gerando mais qualidade de vida, e podendo ocorrer um menor número de acidentes, por exemplo, além de consolidar novas tendências como o teletrabalho.
Após a pandemia, em caso de diminuição do uso de transporte público e aumento da utilização de aplicativos de transporte, também haverá uma consequente queda na arrecadação municipal, o que poderá estimular os gestores responsáveis pelo serviço de ônibus a desenvolverem novas estratégias para atrair novamente os usuários.
Por todos esses motivos, os pesquisadores consideram fundamental investigar o quanto esse engajamento tecnológico “extra” que a população está experimentando, o qual mobiliza pessoas de todas as idades, irá afetar o comportamento individual no futuro.
*Para ouvir a versão podcast do boletim Coronavírus, clique aqui