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Quarentena no Estado de São Paulo é prorrogada até 16 de dezembro

Por Daniel Monteiro | 17/11/2020

Segundo o decreto nº 65.295, publicado nesta terça-feira (17/11) no Diário Oficial do Estado de São Paulo, foi determinada a prorrogação da quarentena em todo o território paulista até o dia 16 de dezembro.

No texto do decreto, o Governo do Estado também estabelece a possibilidade de suspensão de atividades não essenciais nos termos do decreto nº 64.879, de março deste ano, que reconhece o estado de calamidade pública decorrente da pandemia do novo coronavírus e determina as regras da quarentena em São Paulo.

A medida vem após o anúncio do adiamento, para 30 de novembro, da nova atualização do Plano São Paulo, que avalia a situação dos municípios paulistas em relação à pandemia e propõe medidas sanitárias voltadas à de reabertura da economia, e também do alerta para o aumento de 18% no número de internações provocadas pelo novo coronavírus, tanto na rede pública quanto no sistema privado estadual.

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Devido às consequências da pandemia do novo coronavírus, diversos comportamentos sociais foram alterados, dando espaço a um novo modo de vida – e a forma de se alimentar não ficou isenta do impacto do isolamento social. Por conta disso, uma pesquisa feita na USP (Universidade de São Paulo) avaliou como as mulheres brasileiras, de diferentes classes sociais e estados nutricionais, vivenciaram esse momento, afetado por aspectos psicológicos em relação aos seus hábitos e escolhas alimentares.

Os dados mostram que elas passaram a cozinhar mais, diminuíram as idas aos supermercados e fizeram mais uso dos serviços de entregas (delivery). Além disso, muitas deixaram suas dietas de lado.

Mas por que tantas mudanças? Segundo pesquisadores da FM-USP (Faculdade de Medicina da USP), para além das questões práticas, as emoções desempenharam um papel importante nas decisões, já que o processo das escolhas alimentares é complexo e sofre influência de fatores fisiológicos, genéticos, psicológicos, sociais e econômicos, com destaque para os aspectos emocionais.

De acordo com os resultados, das 1.183 entrevistadas pela plataforma Google Forms, entre junho e setembro de 2020, foi possível observar que o número de mulheres que participava das compras de supermercado se reduziu bastante, cerca de 34%. Já o hábito de cozinhar em casa aumentou em 28% e o uso de serviço de entrega cresceu vertiginosamente, 146%. No entanto, nenhuma mudança foi observada para o hábito de comer em frente à TV, tablet ou celular ou substituir as principais refeições por lanches.

As participantes relataram realizar menos dietas restritivas e também reduziram o consumo de bebidas alcoólicas. Também houve aumento de 23% no número de mulheres que disseram que “beliscavam” ao longo do dia. “Gostar”, “necessidade”, “fome” e “hábitos” foram os determinantes das escolhas alimentares mais comumente relatados pelas participantes. Um ponto destacado pelo estudo é que o hábito de ‘beliscar’, se for feito com alimentos calóricos e com baixo valor nutricional,  pode levar ao ganho de peso.

Além de investigar se o período de isolamento alterou as escolhas e o consumo de alimentos das mulheres, o estudo queria saber o que tais mudanças provocaram. Por exemplo: se realizadas de forma negativa, com a redução do consumo de alimentos in natura devido ao acesso reduzido a supermercados, hortifrutis e varejões ou pelo maior custo, e aumento do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, pela maior durabilidade e poder de estocagem desses, podiam acarretar no ganho excessivo de peso e no desenvolvimento, em curto e longo prazo, de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias e câncer. No futuro, os dados poderão auxiliar em estratégias de prevenção e combate de doenças crônicas que foram iniciadas com hábitos inadequados na quarentena.

Para a realização do estudo, as mulheres foram recrutadas por meio de anúncios em mídias sociais (Facebook, WhatsApp, Instagram, Twitter), televisão, jornais e rádio. A pesquisa englobou todas as regiões brasileiras, porém, a maioria (74,5%) das participantes era da região Sudeste. Todas responderam questionário on-line que solicitava informações pessoais, demográficas, socioeconômicas e antropométricas, sintomas psicológicos, estilo de vida e hábitos alimentares.

ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO

De acordo com boletim diário desta terça-feira (17/11) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19), a capital paulista contabiliza um total de 14.008 vítimas da Covid-19.

Há, ainda, 385.216 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 544.032 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 551.998 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.

Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta terça-feira.

Crédito: Prefeitura de SP

Em relação ao sistema público de saúde, nesta terça-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 48,2%.

Já na última segunda-feira (16/11), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 40%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.

A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.

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