Vacinação de idosos com mais de 85 anos será antecipada em todo o Estado de São Paulo
Em coletiva realizada no início da tarde desta quarta-feira (10/2) no Palácio dos Bandeirantes, o Governo de São Paulo anunciou a antecipação do início da vacinação de idosos entre 85 e 89 anos para a próxima sexta-feira, 12 de fevereiro, em todo o Estado. Ao todo, deverão ser vacinadas 309 mil pessoas nesta faixa etária.
Inicialmente, a imunização de idosos entre 85 e 89 anos estava prevista para começar no dia 15 de fevereiro. Segundo a administração estadual, o adiantamento da vacinação para 12 de fevereiro foi possível graças à entrega antecipada, em todos os 645 municípios paulistas, de 900 mil doses da Coronavac, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida em parceria internacional entre o Instituto Butantan e a biofarmacêutica chinesa Sinovac.
De acordo com o Governo do Estado, com a entrega dessas 900 mil doses, também será possível destinar o quantitativo da segunda dose da vacina para os trabalhadores de saúde, indígenas e quilombolas, cuja vacinação teve início no dia 17 de janeiro.
Paralelamente, continua em todo o território paulista a aplicação da primeira dose da vacina contra o novo coronavírus em idosos com 90 anos ou mais. A imunização nessa faixa etária, que totaliza 206 mil pessoas em todo o Estado, foi iniciada no dia 8 de fevereiro.
Além disso, com a previsão de entrega de novas doses da vacina do Butantan a partir do dia 23 de fevereiro, produzidas a partir dos insumos que chegaram recentemente da China, o Governo do Estado espera iniciar, no dia 1º de março, a vacinação de idosos com idade entre 80 a 84 anos. Nesta faixa etária, deverão ser vacinadas 563 mil pessoas.
Ainda sobre vacinação, a administração estadual destacou que a imunização, em São Paulo, ultrapassou a marca de um milhão de vacinados em todo o Estado desde que as primeiras doses da vacina começaram a ser aplicadas no dia 17 de janeiro.
Leitos de UTI
O Governo do Estado também informou, durante a coletiva, que ingressou nesta quarta-feira com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para habilitação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com Covid-19 que foram desabilitados pelo Ministério da Saúde em São Paulo.
De acordo com a administração estadual, desde dezembro de 2020, dos 3.822 leitos de UTI para Covid-19 em funcionamento em São Paulo, o Ministério da Saúde deixou de custear (desabilitou) 3.258 leitos, pagando somente 564 leitos.
Desde então, o Governo do Estado tem sido responsável pelo custeio integral dos leitos que deixaram de ser pagos pelo Governo Federal. “A partir do momento que a União deixa de custear esse auxílio, deixa de prestar esse auxílio, o custeio destes leitos fica só com o Estado e os municípios. Então, depois de reiteradas tratativas administrativas, documentos que constam nesta ação civil originária que nós ajuizamos nesta manhã, nós não tivemos outra alternativa senão recorrer ao Supremo Tribunal Federal”, justificou a procuradora-geral do Estado, Lia Porto Corona.
Participaram da coletiva o governador João Doria, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; a coordenadora do Centro de Controle de Doenças do Estado, Regiane de Paula; o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn; o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; o coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, Paulo Menezes; o coordenador executivo do Centro de Contingência do Covid-19, João Gabbardo; o secretário estadual de Segurança Pública, general João Campos; o secretário-executivo da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública, coronel Alvaro Camilo; e a procuradora do Estado, Camila Pintarelli.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, na última terça-feira (9/2) a capital paulista totalizava 17.721 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 589.164 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 730.286 casos suspeitos sob monitoramento. Até a última terça, 818.419 pessoas haviam recebido alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quarta-feira (10/2) a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 65,7%.
Já na última terça, o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 39%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Desde a última terça-feira (9/2), a Prefeitura da capital paulista deu início, em São Paulo, à vacinação contra a Covid-19 de profissionais de saúde com idade a partir dos 60 anos. Para receber a vacina, basta ir até uma UBS (Unidade Básica de Saúde), num dos cinco postos drive-thru montados na cidade ou ainda em um dos três centros-escolas abertos para a campanha.
Neste público, estão incluídos todos os trabalhadores que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios e outros locais, e também profissionais aposentados e os que ainda atuam nas redes pública e privada e não foram vacinados até o momento. As diretrizes seguem o Informe Técnico do Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde.
Os profissionais de saúde e auxiliares dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), CER (Centros Especializados em Reabilitação) e Ceccos (Centros de Convivência e Cooperativa) também serão imunizados.
Os funcionários que estiverem no local de trabalho serão vacinados na própria unidade e os desempregados também podem se vacinar, basta ir até a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência ou nos drive-thru e centros-escolas. No local da vacinação, é necessário apresentar o CPF, documento de Conselho de Classe ou comprovante de profissão (certificado ou diploma) e comprovante de residência na cidade de São Paulo. Quem tiver, também pode apresentar o Cartão SUS.
A campanha de imunização contra a Covid-19 na capital é realizada de acordo com a disponibilidade das remessas de vacinas do Ministério da Saúde, seguindo etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação do Governo de São Paulo.
As 468 Unidades Básicas de Saúde do município funcionam de segunda a sexta, das 7h às 19h. Os endereços das unidades podem ser acessados pela ferramenta Busca Saúde, neste link.
Já os cinco drive-thru estão abertos de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Praça Charles Muller – Estádio do Pacaembu (Zona Oeste); na Arena Corinthians (Zona Leste); no Autódromo de Interlagos – Rua Jacinto Júlio, altura do nº 589 – Portão 9, entrada KRF (Zona Sul); no Centro de Exposições do Anhembi – Rua Olavo Fontoura – Portão 38 (Zona Norte); e na Igreja Boas Novas, na Vila Prudente – Rua Marechal Malet, 535 – Parque da Vila Prudente (Zona Leste).
Por fim, os três centros-escolas atendem de segunda a sexta, das 7h às 19h. São eles: Centro-Escola Barra Funda – Av. Dr. Abrahão Ribeiro, 283, Bom Retiro; Centro-Escola Geraldo de Paula Souza – Av. Dr. Arnaldo, 925, Sumaré; Centro-Escola Samuel Barnsley Pessoa – Av. Vital Brasil, 1.490, Butantã.
Os idosos com dificuldade ou incapacidade de locomoção atendidos pela Estratégia de Saúde da Família serão vacinados em suas casas.
Já nesta quarta-feira (10/2), a Prefeitura de São Paulo iniciou a vacinação dos profissionais de Saúde que trabalham em outros nove equipamentos municipais. Além dos colaboradores dos CAPS, CER e Ceccos, também serão vacinados aqueles que trabalham nas URSI (Unidades de Referência à Saúde do Idoso), CEO (Centro de Especialidades Odontológicas), SAE (Serviço de Atenção Especializada), CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento), AE (Ambulatório de Especialidades), AMA Especialidades, HD (Hospitais Dia), CRST (Centros de Referência em Saúde do Trabalhador) e SIAT (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica).
Segundo a administração municipal, profissionais dos Serviços de Saúde são todos aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios e outros locais, conforme relação contida em Informe Técnico do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.
De acordo com este critério, nesta fase da campanha estão sendo priorizados: médicos; enfermeiros, técnicos e auxiliares; nutricionistas; fisioterapeutas; terapeutas ocupacionais; biólogos; biomédicos e técnicos de laboratório que façam coleta de RT PCR do novo coronavírus e análise de amostra de Covid-19; farmacêuticos; odontólogos; fonoaudiólogos; psicólogos; assistentes sociais; profissionais de educação física; e médicos veterinários.
Os funcionários que estiverem no local de trabalho serão vacinados na própria unidade. Além das 468 UBSs do município, a imunização também ocorre em cinco postos de drive-thru e três Centros-Escolas, que começaram a funcionar na última segunda-feira (8/2).
Para saber qual é a UBS mais próxima da sua residência, basta acessar este link. Para consultar a lista das AMAs/UBSs Integradas que funcionam aos sábados, clique aqui.
AÇÕES E ATITUDES
Dados preliminares de um estudo conduzido na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) sugerem que a Covid-19 – mesmo nos casos leves – pode alterar o padrão de conectividade funcional do cérebro, causando uma espécie de “curto-circuito” no órgão.
As conclusões se baseiam em exames de ressonância magnética funcional (com sequência de repouso) feitos em 86 voluntários que já haviam se curado da infecção há pelo menos dois meses. Os resultados foram comparados com os de 125 indivíduos que não tiveram a doença e serviram como controle.
Segundo os autores do estudo, no cérebro normal, determinadas áreas estão sincronizadas durante uma atividade, enquanto outras estão em repouso. Já no caso desses indivíduos que tiveram Covid-19, foi possível notar uma perda severa da especificidade das redes cerebrais. Como tudo está conectado ao mesmo tempo, a hipótese é de que isso provavelmente leva o cérebro a gastar mais energia e trabalhar de forma menos eficiente.
Os dados – ainda não publicados – foram apresentados no dia 27 de janeiro durante o 7º BRAINN Congress. O estudo ainda está em andamento e o grupo tem a intenção de incluir mais participantes. A ideia é acompanhar os desdobramentos cerebrais da infecção pelo novo coronavírus durante ao menos três anos.
Os pesquisadores destacam que ainda não se sabe de que modo o vírus causa essa alteração na conectividade cerebral, mas há algumas hipóteses a serem investigadas. Um exemplo é a possibilidade que a infecção prejudique parte das redes neurais e, para compensar a falha no sinal, o cérebro ative outras redes simultaneamente. Essa hiperconectividade pode também ser uma tentativa do cérebro de restabelecer a comunicação nas áreas afetadas.
Outra hipótese a ser estudada pelo grupo da Unicamp é se esse estado de disfunção cerebral tem relação com alguns dos sintomas tardios da Covid-19 relatados por diversos pacientes, como fadiga, sonolência diurna e alterações de memória e concentração.
Os autores do estudo pretendem comparar o funcionamento cerebral de pacientes que apresentam esses sintomas tardios com o de pessoas que se curaram da doença e ficaram sem sintomas. Se essa relação entre hiperconectividade e sintomas neuropsicológicos persistentes se confirmar, será possível pensar em drogas e outros tratamentos capazes de amenizar o quadro.
*Ouça abaixo as edições da versão podcast do boletim Coronavírus