Vacinação de quilombolas e indígenas em SP começará sábado; na capital, indígenas começaram a ser vacinados nesta quarta
No início da tarde desta quarta-feira (20/1), em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o Governo de São Paulo informou que a vacinação das populações quilombolas e indígenas do Estado começará no próximo sábado (23/1).
Segundo a administração estadual, a imunização começará no Vale do Ribeira e na região de São Bernardo do Campo. “No Vale do Ribeira é onde se concentra a população quilombola no nosso Estado e em São Bernardo do Campo, para cima da Encosta da Serra do Mar, onde há uma população indígena de razoável expressão”, explicou o governador João Doria.
“Essa vacinação é priorizada pela altíssima vulnerabilidade das populações indígena e quilombolas. Essa é a razão de estarem no grupo prioritário, junto com os profissionais de saúde”, completou.
DOAÇÃO
Também na coletiva desta quarta-feira, o Governo do Estado anunciou que doará 250 bolsas de plasma para pacientes convalescentes do novo coronavírus em Manaus, capital do Amazonas.
As bolsas serão encaminhadas por meio do Instituto Butantan. “É um volume expressivo de sangue para atender pacientes graves internados e, com este volume de sangue, podemos ajudar a salvar vidas em Manaus”, afirmou João Doria.
Presidente da Associação Brasileira de Hematologia e pesquisador do Instituto Butantan, o médico Dante Mário Langhi Jr. fez um apelo para que a população de São Paulo continue a doar sangue, uma vez que, desde o início da pandemia, foi registrada queda queda no volume de doações nos centros hematológicos no Estado, em especial na capital paulista.
“Essa é uma situação crônica, nós sempre precisamos de doação de sangue. E isso piorou sensivelmente durante a pandemia. Este é um ato simples, rápido, é um ato de cidadania, um ato de civilidade, é um ato humanitário e, obviamente, sem dúvida nenhuma, é muito importante, principalmente na situação atual”, enfatizou o médico.
RECLASSIFICAÇÃO
Ainda na coletiva, o Governo do Estado informou que, na próxima sexta-feira (22/1), fará o anúncio de uma nova atualização do Plano São Paulo, com a possível reclassificação de regiões do Estado em virtude dos índices de novos casos, internações e óbitos provocados pela Covid-19 no território paulista.
Estiveram presentes à coletiva o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn; a coordenadora de controle de doenças da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Regiane Paula; o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas; o presidente da Investe São Paulo, Wilson Melo; o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo; e Paulo Menezes, coordenador-geral do Centro de Contingência, Paulo Menezes.
ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
Nesta quarta-feira (20/1), a população indígena que vive em aldeias nos limites do município de São Paulo começou a ser vacinada contra a Covid-19. Os primeiros imunizados foram os moradores de duas aldeias da região de Parelheiros: Tenonde Porã e Krukutu.
A vacinação começou às 9h pelos agentes da UBS Vera Poty, que atende essa população e mais quatro aldeias indígenas próximas, com a Equipe de Saúde Indígena (que se assemelha a uma Equipe de Saúde da Família) composta por 21 profissionais. O equipamento é responsável pelo atendimento de 913 indígenas das aldeias Tenonde Porã, Krukutu, Kalipity, Marsilac, Brilho do sol e Guierapaj, do entorno de Parelheiros.
Para melhor acolher e respeitar as tradições indígenas, a UBS Vera Poty é exclusivamente voltada a esse público, com capacidade mensal de 340 consultas médicas e 250 consultas de enfermagem. Como forma de melhorar a comunicação com o público-alvo da UBS, inclusive, parte dos profissionais na unidade fala a língua indígena Guarani.
Os quase mil pertencentes às seis aldeias da região fazem parte da população de três mil indígenas que vivem em aldeias na cidade, integrantes do grupo dos primeiros vacinados contra a Covid-19 no município.
MAIS SOBRE O CORONAVÍRUS
De acordo com boletim diário desta quarta-feira (20/1) publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, a capital paulista totaliza 16.744 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 537.113 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 790.426 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 766.448 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta quarta.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quarta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 70,5%.
Já na última terça, o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 39%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.