DESCRIÇÃO DO EVENTO
Curso de extensão universitária, com carga horária total de 20 horas, composto de dez aulas, com duração de 2h30 horas cada uma, nas quais serão discutidos aspectos relativos à história e à atualidade das políticas públicas do livro, da leitura e da literatura e os impactos e os desafios que elas têm no processo de formação de leitores nas salas e espaços de leitura das escolas municipais de São Paulo.
Ementa: O curso destina-se aos Professores Orientadores de Sala de Leitura da Prefeitura Municipal de São Paulo e tem por objetivo geral apresentar, discutir e problematizar a história e a atualidade dessas políticas públicas no pacto federativo brasileiro a partir da Constituição Federal de 1988, com atenção especial à evolução dessas políticas na Cidade de São Paulo até a aprovação do Plano Municipal do Livro, da Leitura, da Literatura e da Biblioteca de São Paulo – PMLLLB/SP, Lei Municipal nº 16.333/15.
Metodologia: Aulas expositivas, exposição dialogada, debates, leituras orientadas, exercícios de reflexão teórica e estudos de caso, apresentação e análise de vídeos, documentos, textos legais ou mobilização de outros materiais didáticos.
Recursos Físicos e Didáticos: plataforma de reuniões online (zoom, meeting, teams), possibilidade de passar filmes do youtube e dividir a turma em grupos menores.
Público Alvo: Professores Orientadores de Sala de Leitura da Prefeitura Municipal de São Paulo.
Avaliação: presença nas aulas e responder os questionários ofertados pelo facilitador.
PROGRAMA COMPLETO
BLOCO I – OS DESAFIOS DA EFETIVAÇÃO DA LITERATURA COMO DIREITO HUMANO
AULA 01 – A CIDADE E OS PERCURSOS LITERÁRIOS NA FORMAÇÃO DO LEITOR (29/09)
Objetivo: discutir como a lógica de formação desigual da Cidade de São Paulo interfere de formas diferentes e desiguais de acesso e de apropriação literária. o Trajetória literária; o O Direito à Cidade também pressupõe ao Direito ao livro e à literatura, ao fabular, ao encanto em contraste com a dureza da realidade cotidiana. o Trajetos literários que favorecem ou desfavorecem os encontros; o Uma literatura colo, casa e quilombo (Bel Mayer); o Experiência de Medelín na Colômbia
EXERCÍCIO: Desenhar o mapa afetivo das suas vivências literárias.
LEITURA BASE
OLIVEIRA, Lúcia Maciel Barbosa de. A cidade como projeto coletivo: impressões sobre a experiência de Medellín. Tempo e Argumento: Revista do Programa de pós-graduação em História. Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 164-181, jul./dez. 2011. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180303022011164/1795 . Acesso em: 08/ set. 2021.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
LEFBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2008. PETIT, Michèle. Leituras: do espaço íntimo ao espaço público. São Paulo : Editora 34, 2013
AULA 02 – OS DIREITOS HUMANOS E A LITERATURA (06/10/2021)
“Declarar e garantir um direito é bastante significativo, pois equivale a afirma-lo como alvo de políticas públicas, devendo ser assegurado e implementado.” (VIVIAN, 2014, p. 36)
Objetivo: discutir e analisar como o livro, a leitura e a literatura entendidos como direitos tem um papel central nas políticas públicas de formação de leitores. Como a literatura e o romance tiveram um papel central na formação do conceito de Direitos Humanos. O que são Direitos Humanos; Literatura enquanto direito ou privilégio.
TEXTO BASE
Literatura e Direitos Humanos. Revista Viração, n. 116, jan./jun 2020. Disponível em : https://issuu.com/viracao/docs/viracao_edicao_116 Acesso em: 28 ago. 2021.
REFERÊNCIAS: ANDRUETTO, María Teresa. A leitura, outra revolução. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2017. CÂNDIDO, A. O direito à literatura. In: ______. Vários escritos. 5. Ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3327587/mod_resource/content/1/Candido%20O%2 0Direito%20%C3%A0%20Literatura.pdf . Acesso em: 08 set. 2021. Hunt, Lynn.
A invenção dos direitos humanos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. RETRATOS DA LEITURA NO BRASIL. 5ª edição. 2020. Disponível em: https://www.prolivro.org.br/wp-content/uploads/2020/12/5a_edicao_Retratos_da_Leitura- _IPL_dez2020-compactado.pdf
Aula 03 – Literatura para quê? (13/10/2021)
Objetivo: reafirmar a potência e a importância da literatura, diante do contexto contemporâneo em que ela sofre ataques e tentativas de desmobilização. Questão central: Para quê ou para quem serve a literatura? Arte X barbárie; (Teixeira Coelho) Humanização X desumanização (Paulo Freire, Antônio Candido) Construção da identidade; (Michéle Petit) Democracia como ficção;
TEXTOS BASES LIVRES PARA LER: quando toda comunidade se torna leitora, o aprendizado dos alunos ganha um final feliz. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/8108/livres-para-ler#_=_ . Acesso em: 08 set. 2021.a
REFERÊNCIAS:
COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2015.
MANGUEL, Alberto. Notas para uma definição do leitor ideal. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2020.
Edmir Perrotti: “Biblioteca não é depósito de livros”. 2006. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/941/edmir-perrotti-biblioteca-nao-e-deposito-de-livros
PETIT, Michèle. Ler o mundo: experiência de transmissão cultural nos dias de hoje. São Paulo: Editora 34, 2019. PETIT, Michèle. Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva. São Paulo: Editora 34, 2009.
BLOCO II – AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE LIVRO, LEITURA, LITERATURA E BIBLIOTECA E OS IMPACTOS NOS PROGRAMAS SALA E ESPAÇO DE LEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO
Aula 04 – Marcos históricos e legais das políticas públicas de livro, leitura, literatura e Biblioteca na Cidade de São Paulo (20/10/2021)
Objetivos: apresentar, discutir e analisar o histórico das políticas de livro e leitura criados na cidade de SP e seu impacto nos programas sala e espaço de leitura. O que são políticas públicas; O movimento modernista e a criação das bibliotecas públicas: transição do espaço criado para uma elite para um espaço de cidadania; o 1935 – 1938 – Criação do Departamento de Cultura Instituto Nacional do Livro Expansão das bibliotecas públicas e o crescimento da cidade de São Paulo; o Democratização cultural X democracia cultural; Projeto Escola-Biblioteca e a criação das Primeiras Salas de Leitura; Deserto informacional e o surgimento dos serviços de extensão e das Bibliotecas Comunitárias; Bibliotecas dos CEUs; Distribuição de livros; PMLLB.
TEXTO BASE:
MENDES, Mônica Fátima Valenzi. Sala de leitura nas escolas municipais de São Paulo: uma inovação que resiste às descontinuidades políticas. Disponível: https://alb.org.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais16/sem02pdf/sm02ss01_02.pdf
REFERÊNCIAS:
ASSIS, Leonardo da Silva de. Bibliotecas públicas e políticas culturais: a Divisão de Bibliotecas do Departamento de Cultura e Recreação da Prefeitura de São Paulo (1935). 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-28012014- 121948/publico/LeonardoAssisCorrigida.pdf
PINHEIRO, Ricardo Queiroz. Política pública de livro e leitura e participação social: o processo de construção do PMLLB de São Paulo. 2016. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-10052017- 091316/publico/RICARDOQUEIROZPINHEIROVC.pdf
NEVES, Barbara Coelho; AGUIAR, Niliane Cunha. Políticas públicas de informação e bibliotecas escolares: panorama brasileiro. Inf. & Soc.:Est., João Pessoa, v.27, n.3, p. 73-86, set./dez. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/33296
ROCHA, Joeli Espirito Santo da Rocha. Políticas para bibliotecas públicas: a cidade de São Paulo como foco. Revista Internacional de Debates da Administração Pública | São Paulo, SP, v.5, n.1, pp.153-176, Jan–Dez, 2020. Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/RIDAP/article/view/12172/8533
SILVA, Waldeck Carneiro da. Miséria da biblioteca escolar. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1999. (Coleção Questões da Nossa Época, n. 45)
VIANA, Lilian; Pieruccini, Ivete. Bibliotecas escolares: políticas públicas para criação de possibilidades. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, v.8, n.2, jul./dez. 2015. Disponível em : https://brapci.inf.br/index.php/res/download/119694
Revista Observatório Itaú Cultural.
AULA 05 – AS SALAS DE LEITURA COMO ESPAÇOS DE DEMOCRACIA E CIDADANIA (27/10/2021)
OBJETIVO: Discutir como as salas de leitura são potencialmente espaços que favorecem encontros entre leitores, leituras e literaturas ampliando a bibliodiversidade e os espaços de fala e escuta. A literatura em contextos de crise; Ampliação do ser, mais do mesmo ou direito a ouvir sua própria voz na literatura? TEXTO BASE FREITAS, Guilherme. Entrevista com Michéle Petit, autora de a arte de ler. Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/entrevista-com-michele-petit-autora-de-arte-deler-267856.html. Acesso em: 08 set. 2021.
REFERÊNCIAS Andrueto, María Teresa. A leitura, outra revolução. São Paulo: Edições SESC São Paulo, 2017. A constituição do espaço público e o perfil democrático das bibliotecas. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/incid/article/view/163549/163518 LEMOS, C. K. Biblioteca dos Centros Educacionais Unificados (CEUs): a construção da cultura comum. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-10012013- 184342/pt-br.php
MANGUEL, Alberto. Notas para uma definição do leitor ideal. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2020
AULA 06 – AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A FORMAÇÃO DO LEITOR E DO MEDIADOR DE LEITURA (03/11/2021)
OBJETIVO: analisar e discutir como as concepções de leitura e formação do leitor mudam através do tempo e como as políticas públicas podem ou não direcionar o processo de mediação de leitura nas salas e espaços de leitura. É possível ensinar o gosto pela leitura literária? É possível formar leitores? Que leitor seria esse? De que leituras? Mediador entra em cena como ator político nas políticas públicas de livro e leitura; O professor mediador.
TEXTO BASE
CARVALHO, Ana Carolina Pereira de. “Posso dar uma ideia? Cada um pega o livro que quer…” Sobre a formação de professores na sala de leitura. 2015. Dissertação de Mestrado. – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.. Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/alle/teses_dissert_tcc/arquivos/Posso%20dar%20uma% 20ideia%20%20Dissertacao_AnaCarolina_finalizada.pdf . Acesso em: 08 set. 2021.
REFERÊNCIAS:
DAIBELLO, Claudia de Oliveira. Leitura de literatura como experiência pessoal na escola: possibilidades de práticas em sala de leitura. 2020. 1 recurso online ( 149 p.) Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/352818/1/Daibello_ClaudiaDeOliveira_D.pdf . Acesso em: 08 set. 2021.
DALVI, Maria Amélia. Leitura de literatura na escola. São Paulo: Parábola, 2013. Gouveia, G. Caminhos Percorridos pela Cultura da Leitura. Revista Observatório Itaú Cultural – N. 17 (ago./dez. 2014). – São Paulo: Itaú Cultural, 2007, pp. 116-126. https://drive.google.com/file/d/0B9QQ7Z63e40lY3VidFR4R1hFNGM/view?usp=sharing
Ivete Pieruccini, I. A ordem informacional dialógica : estudo sobre a busca de informação em educação. (Parte A- p.07-49) http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27143/tde-14032005-144512/
LAJOLO, Marisa; Zilberman, Regina. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, 2019.
MAIA, Elisangela Tiago da; Fernades, Célia Regina Delácio. Política pública de leitura, mediadores e a formação dos leitores literários. Raído, Dourados, MS, v.8 , n.17, jul./dez. 2014. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/3432
Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca – PMLLLB. Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/sala-e-espaco-de-leitura/pmlllb/ Projetos. Secretaria Municipal de Educação. Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/sala-e-espaco-de-leitura/projetos/.
Aula 07 – OS MOVIMENTOS SOCIAIS, AS POLÍTICAS PÚBLICAS E OS IMPACTOS NO COTIDIANO DA SALA DE LEITURA (10/11/2021) –
Convidado: a definir.
OBJETIVO: compreender e debater como os movimentos sociais periféricos de cultura e literatura têm transformado o cenário literário na contemporaneidade. Os movimentos sociais na cidade de São Paulo e o protagonismo literário. Como os movimentos literários se apropriam da cena literária. Os movimentos sociais e a literatura. Protagonismo literário;
TEXTO BASE
Literatura periférica: entre o sarau, a sala de aula e o vestibular. Disponível em: http://aun.webhostusp.sti.usp.br/index.php/2018/12/18/literatura-periferica-entre-o-sarau-asala-de-aula-e-o-vestibular/ Acesso em: 08 set. 2021.
REFERÊNCIAS
BALBINO, Jéssica. Pelas margens: vozes femininas na literatura periférica. 2016. 1 recurso online (358 p.). Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem e Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, Campinas, SP. Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/321220 . Acesso em: 31 ago. 2018.
Carlos, Euzenia. Movimentos sociais e seus efeitos nas políticas públicas Balanço do debate e proposições analíticas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/civitas/a/TTDYfmZM3W9tJTvRVqrK7Dr/?lang=pt&format=pdf
Aula 08 – O CONTROLE SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE LIVRO E LEITURA E SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS (17/11/2021)
OBJETIVO: debater com os pares as mudanças nas políticas públicas e também de governos que interferem diretamente nas salas de leitura. O caso do PMLLB; Como resistir aos desmontes e descontinuidades? o Quais são os limites dos atores políticos? (legislativo, executivo (orçamento) e sociedade civil) TEXTO BASE MORONI, José Antonio. O controle social nas políticas públicas. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/orcamentopublico/pages/arquivos/O%20CONTROLE%20S OCIAL%20NAS%20POLITICAS%20PUBLICAS.pdf