Mulheres na Democracia Brasileira – Direitos de Cidadania e Participação Política

A pesquisa acadêmica nas ciências sociais, no campo de políticas públicas, da representação política e nos estudos de gênero, tem acumulado, desde meados do século XX, um conjunto robusto de evidências sobre a subalternização e exclusão das mulheres na política institucional e sobre os atravessamentos estruturais das desigualdades de gênero na produção e distribuição dos direitos da cidadania. Considerando a abordagem tridimensional da justiça proposta pela teórica feminista Nancy Fraser, esse movimento epistemológico tem permitido visualizar lacunas de reconhecimento, redistribuição e representação na democracia sustentadas por regimes de privilégio masculino e responsáveis por barreiras bastante severas para a experiência social e política femininas.
Ao reconhecer essa realidade, as sociedades têm sido convocadas a promover uma reflexão cuidadosa sobre os processos de reversão e combate às desigualdades de gênero e sobre o processo de regulamentação democrática da participação política das mulheres. O objetivo de produzir um arranjo social efetivamente justo, igualitário, inclusivo e seguro para as mulheres torna cada vez mais urgente a tarefa de compreender as diferentes dimensões dos fenômenos de subalternização/exclusão das mulheres e de identificar e analisar as diferentes experiências que buscam corrigir essas distorções.
Partindo dessa realidade desafiadora, a Escola do Parlamento propõe a realização deste curso.

OBJETIVOS:

• Fomentar o debate sobre as relações entre gênero, cidadania e participação política
• Ampliar o grau de letramento político dos cidadãos a respeito das disparidades e desigualdades de reconhecimento, de (re)distribuição e de representação a partir da perspectiva de gênero e suas interseccionalidades
• Oferecer ferramentas teórico-analíticas para que os alunos possam compreender os limites impostos pela subrepresentação política das mulheres para a consolidação do regime democrático no Brasil

METODOLOGIA:

Aulas expositivas dialogadas, leituras orientadas, debates sobre os textos, exercícios de reflexão teórica e estudos de caso, apresentação e análise de vídeos, documentos, textos legais e mobilização de outros materiais didáticos.

PÚBLICO-ALVO:

Servidores públicos, profissionais e pesquisadores envolvidos ou interessados em estudar e/ou desenvolver ações de formação, pesquisa e ativismo no campo da igualdade de gênero e da participação política das mulheres, bem como na promoção, proteção e defesa dos direitos de cidadania das mulheres, estudantes em geral.

ESTRUTURA DA ATIVIDADE

7 aulas remotas, 1 a cada semana, sempre às Terças-feiras com 2 horas de duração

AULA 1– 29 de março, das 14h às 16h
Teorias políticas feministas: questionando as fronteiras entre público e privado.
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AULA 2 – 05 de abril, das 14h às 16h
Teorias feministas da representação política.
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AULA 3 – 12 de abril, das 14h às 16h
De que mulheres estamos falando? Mulheres na política e interseccionalidade.
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AULA 4 – 19 de abril, das 14h às 16h
O direito ao voto e os movimentos sufragistas.
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AULA 5 – 26 de abril, das 14h às 16h
Feminismo estatal: as mulheres na Assembleia Nacional Constituinte.
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AULA 6 – 3 de maio, das 14h às 16h
Mulheres e eleições hoje: para além da política de cotas.
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AULA 7 – 10 de maio, das 14h às 16h
Violência política de gênero e perspectivas para o futuro.                                            Clique AQUI para rever

INFRAESTRUTURA
• Plataforma remota de aprendizado (Zoom)
• Transmissão online com gravação em vídeo (Youtube)

Inscrições: ENCERRADAS

DOCENTE:

Beatriz Rodrigues Sanchez
Pós-doutoranda vinculada ao Programa Internacional de Pós-Doutorado (IPP) do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) com pesquisa sobre a institucionalização dos movimentos feministas no poder Legislativo a partir dos estudos de caso sobre a legalização do aborto na Argentina e no Brasil. Doutora e mestra em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), bolsista FAPESP nas duas ocasiões. É formada em Relações Internacionais pela mesma Universidade. É pesquisadora do Núcleo Democracia e Ação Coletiva do CEBRAP.