Instalada no início de 2012, a Comissão da Verdade da Câmara Municipal pretende investigar a atuação de agentes municipais e o uso do aparato público municipal durante o regime militar. A ideia é atuar ao lado de órgãos semelhantes do legislativo estadual e federal, e elaborar um relatório que será entregue em dezembro.

Desde junho, quando iniciou os trabalhos, a Comissão da Verdade começou a receber ex-presos políticos, convidados a relatar sobre as torturas e o contato que tiveram com desaparecidos desde aquele período.

Além de militantes, o colegiado também pretende ouvir delegados e coronéis do período, jornalistas e historiadores que estudam o período militar. Parte dos trabalhos da comissão também é de recuperar o que já foi debatido na Câmara Municipal quando durante a CPI da Vala de Perus, em 1991, que investigou o local em que foram depositados os corpos de alguns assassinados pela repressão.

Vlado

Logo na reunião de instalação, os vereadores decidiram nomear o colegiado como Comissão da Verdade Vladimir Herzog, em homenagem ao jornalista morto durante o regime militar. O caso de Vlado (seu verdadeiro nome) ficou famoso, pois, após o anúncio de que ele teria se suicidado na prisão, uma manifestação na Praça da Sé reuniu milhares de pessoas que rejeitaram essa versão da história, inclusive Dom Paulo Evaristo Arns e o rabino Henry Sobel, que realizaram na catedral uma missa ecumênica.

Composição

Para a presidência da comissão, os vereadores escolheram Ítalo Cardoso (PT). A vice-presidência ficou com Natalini (PV) e a relatoria, com Eliseu Gabriel (PSB). Também são membros do colegiado Agnaldo Timóteo (PR), José Rolim (PSDB), Juliana Cardoso (PT) e Jamil Murad (PCdoB).