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1925: Conheça a revolta das aves e dos ovos no município de São Paulo

Por: - DA REDAÇÃO

4 de março de 2018 - 10:07

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Aquivo da CMSP

Vista do Mercado 25 de março

O Mercado 25 de Março, inaugurado em 1907, era o principal centro de vendas da cidade de São Paulo. O ambiente com boxes em alvenaria de tijolo era dividido em quatro pavilhões interligados no meio por uma torre com abertura para garantir a iluminação e ventilação do local.

Com variadas lojas, assim como no atual Mercadão de São Paulo, as aves e seus derivados – desde sempre, alimentos comuns nas mesas dos paulistanos – também tinham seu espaço. Ao todo, 18 vendedores de galinhas, patos e ovos trabalhavam no local.

Mas, em 1925, começou um grande impasse, conhecido como “a revolta das aves e dos ovos”. A Prefeitura de São Paulo, na época gerida por Firmiano de Morais Pinto, exigiu que eles passassem a vender seus produtos no Mercado dos Caipiras, que ficava nas proximidades e com uma estrutura inferior, alegando questões de higiene.

Arquivo da CMSP

Mercado dos Caipiras

Após a notícia, os comerciantes recorreram aos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo por meio de uma petição. Com 109 assinaturas de atacadistas e varejistas dos mais diversos produtos vendidos no Mercado Central, o texto pedia a intermediação da Câmara para que a decisão da Prefeitura fosse revogada.

O documento foi encaminhado à Câmara pelo ex-vereador José Adriano Marrey Júnior, presidente do Centro Comercial dos Mercados. Na justificativa, fotos do Mercado 25 de Março, dos Caipiras e dos arredores foram anexadas para ilustrar as más condições do terreno.

As críticas eram detalhadas: “descoberto, com foco perigoso de fermentação pela abundância de lixo e lama, tornando nocivo à saúde pública”, visto que os negociantes permaneceriam no local por um longo período.

Solução intermediária

A sugestão dos vendedores para resolver o caso era continuar no mercado principal, mas com novas regras. As aves ficariam em gaiolas e viveiros construídos pela Prefeitura. Assim, os comerciantes ficariam “melhor e mais higienicamente instalados”. O pagamento em dia do Imposto de Indústria e Profissão foi lembrado, assim como as providências, como multa e apreensão das mercadorias, contra os vendedores ambulantes.

No dia 23 de maio, os vereadores Coronel Júlio de Andrade Silva e Luciano Gualberto, também membros do Centro Comercial dos Mercados, solicitaram ao prefeito uma resposta com máxima urgência.

Decisão

Seis dias depois o requerimento cobrando providências, Morais Pinto foi intransigente. Os vendedores de aves e ovos teriam de ir para o Mercado dos Caipiras.

Na resposta enviada ao vereador Júlio Silva, o prefeito anexou um documento do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, que afirmava: “a venda de aves, cabritos, leitões e outros animais no Mercado Central é feita em franca promiscuidade com os compartimentos de carne conservada, que lhes ficam fronteiros, os açougues da carne verde, que os flanqueiam, e as bancas de cereais, que estão colocadas à sua retaguarda”.

Segundo o médico do Serviço Sanitário,“as aves até defecavam nos queijos”. No registro, as autoridades sanitárias reconhecem que “as barracas do Mercado dos Caipiras são ‘ruins’, mas estão em melhores condições de higiene do que as do Mercado 25 de Março, onde falta luz e ar”.

Veja essa e outras histórias na página do Centro de Memória da Câmara Municipal de São Paulo.

 

[20:17, 2/3/2018] Letícia Viola:
[20:17, 2/3/2018] Letícia Viola: https://www.saopaulo.sp.leg.br/memoria/

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