No dia primeiro de janeiro fui eleito para presidir a maior Câmara Municipal da América Latina por 49 votos de 55 vereadores. Assumi este cargo com muita honra e ciente da responsabilidade que é comandar o Legislativo. A Câmara é uma instituição fundada em 1560, portanto, carregada de história. Por ela e pelo ofício de vereador passaram grandes nomes da política, como o ex-governador Franco Montoro e os ex-presidentes Jânio Quadros e Washington Luís.
Com forte vocação democrática, é pela Câmara que passam todos os projetos que impactam a vida dos moradores – a orientação para o crescimento da cidade, propostas de um meio ambiente mais sustentável, com a criação de novos parques, estimulando uso de menos plástico, o incentivo a uma mobilidade ativa e a discussão de metrópole mais justa e humana.
Como vereador no sexto mandato, acompanho o esforço da Casa para aprimorar a transparência e a prestação de contas. Hoje, por meio do portal da Câmara, qualquer pessoa tem acesso a contratos, gastos e outras informações necessárias para a fiscalização dos vereadores. Não existe atividade legislativa que não seja transmitida pelas redes. Sessões, reuniões da Mesa, Colégio de Líderes. Está tudo na internet.
Tudo isso é fruto de um projeto iniciado por meus antecessores e fortemente impulsionado pelo ex-presidente Milton Leite, que concentrou os esforços para que a Câmara representasse com cada vez mais fidelidade o que ela é: a Casa do Povo. A Câmara foi palco de nada menos que 150 audiências públicas por ano no último quadriênio (2021-2024). Debates foram realizados dentro e fora da Casa e também utilizando a tecnologia, que possibilitou que centenas de pessoas que não puderam se dirigir à sede do Legislativo participassem por meio de videoconferências.
Debates que permitiram aos vereadores, ouvindo a população, alterar e aprimorar praticamente todos os projetos, inclusive os enviados pelo Executivo. Uma prova de que a Câmara atua, sim, em seu papel constitucional de forma independente e autônoma, fiscalizando e contribuindo com as ações da prefeitura.
Irei seguir estes ensinamentos e me atrevo a dar um passo a mais. Quero e vou aproximar a Câmara da periferia. Não é admissível que a população que mais precisa seja impactada pela política apenas em época de campanha. Não podemos normalizar o fato de que as pessoas se esqueçam em quem votaram. Nosso projeto terá dois fatores importantes: aproximação e informação. Vamos até as franjas da cidade apresentando a Câmara com suas comissões, biblioteca, Escola do Parlamento. E vamos ouvir a população em grandes audiências públicas locais.
Dentro do Legislativo, pretendo continuar seguindo o que sempre fiz. Sou da conciliação, do diálogo, do respeito. Sou funcionário público de carreira e fui secretário municipal de Subprefeituras, Verde e Meio Ambiente e, recentemente, de Mobilidade e Trânsito, onde pude promover políticas públicas eficientes e que salvam vidas, como a Faixa Azul. Contem comigo e com a Câmara Municipal de São Paulo.
Artigo publicado originalmente na Folha de S.Paulo em 20 de janeiro de 2025