A ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) realizou na noite desta quinta-feira (10/12) na Câmara Municipal um seminário comemorativo aos seus 16 anos de fundação. O transtorno bipolar foi tema do encontro que também homenageou voluntários da Instituição.
A associação civil, sem fins lucrativos, é voltada ao atendimento de pessoas portadoras de transtornos do humor, como a depressão e o transtorno bipolar, assim como seus familiares e amigos. Nasceu em 1999 a partir da iniciativa dos próprios portadores, familiares e profissionais da área de Saúde Mental do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que formam o GRUDA (Grupo de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria), que juntos organizaram-se nesse mesmo ano, para torná-lo realidade.
A psicóloga do Conselho Científico da ABRATA, Alexandrina Meleiro, ressaltou que o tratamento gratuito prestado pela associação é muito importante para o desenvolvimento dos atendidos e harmonia entre os amigos e familiares.“O importante é que os sintomas da doença sejam identificados e que se procure um médico para ter ajuda e uma vida feliz. O bipolar tratado é uma pessoa normal e pode realizar todas as tarefas e emoções das outras pessoas. Quando não é tratada, a depressão é agravada e o mesmo acontece no polo da euforia”, disse.
Uma das homenageadas no encontro, a voluntária Judith Fullen, que participa das atividades da associação há 15 anos, representou os voluntários da ABRATA. Ela chegou à instituição para ser atendida por ser portadora de depressão e o longo do tratamento se tornou voluntária na área de psicoeducação.
“Eu sempre digo que a pessoas não devem ter vergonha de procurar ajuda psiquiátrica. Sem preconceitos, fazer a terapia e participar dos grupos de apoio que são um incentivo para o tratamento, é muito importante. Estou emocionadíssima por estar representando o grupo de voluntariado. É um trabalho muito lindo”, agradeceu Judith.
A presidente da ABRATA, Neila Campos, destacou que discutir os transtornos e comemorar o aniversário de fundação na Câmara Municipal é um ato simbólico. “Fazemos um trabalho de 16 anos de atividade continua, de atendimento ao público de forma gratuita, para dar acesso a um complemento de tratamento a quem realmente precisa, pois os tratamentos são muito caros. É emocionante estar nessa Câmara, justamente por que é um local onde podemos iniciar um processo de discussão de políticas publicas voltadas para pessoas com problemas psiquiátricos”, afirmou.
“A ABRATA vem ao longo dos anos quebrando tabus, discutindo de fato os problemas para fora do ambiente isolado dos pacientes e gerando a possibilidade de diálogo intenso com a parte acadêmica, cientifica e a parte leiga e popular e assim encontrando soluções. O desenvolvimento de uma boa política pública nasce daí, tornando claro que temos um problema para sim enfrentá-lo”, disse o vereador José Police Neto (PSD), autor da iniciativa do encontro.
Matéria ótima. Somente duas observações: Dra. Alexandrina é Psiquiatra.
Talvez fosse interessante deixar claro que o atendimento na ABRATA é de educação, para que as pessoas não entendam que há atendimento médico. Grata. Parabéns!