A iniciativa de criação da Casa da Capoeira no Município de São Paulo está bem próxima de se tornar realidade. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) sancionou a Lei 17.588/2021 para a instalação da sede que será destinada à divulgação, valorização e prática da capoeira.
A Casa da Capoeira será aberta ao público e à prática da modalidade será incentivada com atividades em conjunto com instituições públicas, privadas e entidades da sociedade civil. O objetivo é formar indivíduos aptos a disseminar a importância histórica dessa expressão cultural que mistura luta, dança, cultura popular e música.
Segundo a legislação sancionada, o acervo da Casa da Capoeira terá diversos materiais relativos à produção de peças, pesquisas, criação e produção de objetos relativos à modalidade, objetos históricos, artísticos, fotográficos, gastronômicos, e qualquer forma de expressão que contribua para a preservação da capoeira.
Patrimônio da Humanidade
A história da capoeira teve início no século XVI, quando o Brasil era colônia de Portugal. Os africanos ao chegarem em terras brasileiras para trabalhar nas fazendas de açúcar, perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros que usavam de práticas violentas e castigos aos escravos.
Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta. Os escravos eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta pelos seus senhores de engenho. Logo, passaram a utilizar o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptados a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança.
Em 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. Segundo a Organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de nossa história.
Autores da Lei
O PL 738/2020 que deu origem à Lei, tem a autoria de Ricardo Nunes, que fez a propositura quando ainda exercia a função de vereador, e dos parlamentares: Elaine do Quilombo Periférico (PSOL), Faria de Sá (PP), Felipe Becari (PSD), Marcelo Messias (MDB) e Dr. Sidney Cruz (Solidariedade).