Inserido no calendário de eventos da cidade de São Paulo por meio da Lei nº 16.320/2015, o Agosto Dourado é uma campanha criada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) que busca promover, por meio de palestras e outras ações voltadas à população, a conscientização sobre a importância do aleitamento materno. A escolha pela cor dourada é uma analogia ao valor do leite materno, reconhecido como a forma mais eficaz de proteger a saúde e a imunidade dos bebês desde os primeiros dias de vida.
A OMS recomenda que as crianças sejam amamentadas exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses de vida, e continuem sendo amamentadas até os dois anos de idade, complementadas por outros alimentos.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 3 milhões de crianças nascem anualmente no Brasil, sendo que aproximadamente 11% delas, o que equivale a cerca de 330 mil bebês, nascem prematuros ou com baixo peso, necessitando da doação de leite materno.
Os bancos de leite humano desempenham um papel fundamental nesse cenário, oferecendo assistência, ensino e pesquisa em aleitamento materno. Segundo estudos da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o aleitamento nos primeiros seis meses está associado à prevenção significativa de diversas condições de saúde infantil, incluindo a redução de até 19% no risco de leucemia, 13% menos risco de sobrepeso e 35% menos risco de diabetes tipo 2.
A professora dra. Kelly Pereira Coca, que coordena o Banco de Leite Humano da Unifesp – Centro Ana Abrão, destaca a importância da divulgação do impacto do aleitamento materno na saúde dos bebês. “Nós temos o Agosto Dourado como um momento, é um mês do ano para relembrar, para fortalecer esse reconhecimento do aleitamento materno, o quanto a alimentação de um indivíduo é fundamental para prevenção de doenças e promoção da saúde”.
Kelly Coca detalha que o Banco de Leite Humano acolhe doadoras saudáveis que possuem excedente de leite. Todas passam por avaliação criteriosa de saúde, recebem orientações e podem realizar a doação através da extração domiciliar. “A retirada de leite acontece na frequência que ela desejar, em frasco específico de vidro com tampa de plástico esterilizado, todo o material e orientação é oferecido por nós”, destaca.
Além das doações, o apoio e orientação são essenciais para mães como Dilaine Ferreira, paciente do Banco de Leite Humano da Unifesp. Ela compartilhou sua experiência e os desafios iniciais e como recebeu apoio para superá-los e continuar amamentando de maneira saudável para seu filho.
“O ponto principal foi que no início da minha amamentação abriram fissuras no bico do meu seio, então estava sendo extremamente doloroso fazer esse processo de amamentação, mas eu queria continuar com a amamentação, então eu estava com a preocupação não só em relação a dor, mas com o fato do meu filho, de ele não estar se alimentando a quantidade necessária que ele precisava. A orientação é importante principalmente para as mães que querem manter o aleitamento, porque assim, não era o meu sonho amamentar, mas a partir do momento em que ele nasceu, eu quis fazer isso, porque eu sabia que era o melhor para ele, eu sei que tem mulheres que além de saber disso, elas querem porque é o sonho delas e muitas vezes elas não conseguem por falta de conhecimento”, disse Dilaine.
Como doar?
Para doar leite materno ao Centro Ana Abrão – Assistência, Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano da Unifesp, basta entrar em contato com o número: (11) 9 4044-2802. Já para receber assistência na amamentação, entre em contato pelo telefone (11) 5576-4891.
Mais informações sobre as unidades de bancos de leite humano no Estado de São Paulo podem ser encontradas clicando aqui.
