A Empresa de Águas Petrópolis, por solicitação da Comissão Parlamentar de Inquérito (C PI) de Danos Ambientais da Câmara Municipal, vai pagar a realização de análises bacteorológica e de radioatividade de suas águas minerais em laboratório que a CPI escolher, conforme determina legislação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A realização das análises ficou acertada entre o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), relator da CPI, e o presidente da Petrópolis, Amilcar Augusto Lopes Júnior, que, nesta terça-feira (20/10), prestou esclarecimentos aos integrantes da comissão. Os vereadores também ouviram esclarecimentos da diretora da Empresa de Água Mineral Cristalina, Olívia Costa. Ela entregou à Comissão os laudos bacteorológicos e de radioatividade que a empresa mandou realizar e os feitos pela Cetesb. “Nossa água está ok. Nossa família só toma dela”, destacou Olívia.
“As informações dadas pelos representantes da Petrópolis e da Cristalina ainda não são satisfatórias. Nós estamos investigando, buscando a verdade com responsabilidade, para saber se as águas estão ou não com problema”, disse Gadelha.
“A vinda à CPI do pessoal da Petrópolis e da Cristalina permitiu que a gente conseguisse junto a Petrópolis que a empresa pague um laboratório, como a lei permite, que a CPI irá escolher para realizar análises da água para verificar se existe radio 226 e 228 e tório para acabar de vez com a discussão tem, não tem”, destacou o vereador.
“A água Cristalina acabou de entregar os laudos das análises. Agora, nós vamos verificar e, se ainda tivermos dúvidas, vamos solicitar contraprovas. A empresa concordou e, com isso, nós vamos saber definitivamente se tem ou não problema. Quero deixar claro que não estamos acusando ninguém; temos apenas suspeitas."
Informações técnicas
“As informações dadas pelos representantes da Petrópolis e Cristalina são bastante técnicas. E a discussão quando caminha pela área técnica nós temos de buscar entender e administrar essa informação. O grande problema que o vereador tem numa CPI, quando esbarra numa técnica difícil, é administrar a informação”, reagiu o vereador Paulo Frange (PTB).
Frange explicou: “os números e informações que nós tínhamos vieram de grupos técnicos, mas não com uma expertise tão grande quanto nós encontramos quando falamos com técnicos de empresas que estão instaladas há décadas”.
O vereador disse que agora que “a CPI vai confrontar as informações e buscar outras com a Cetesb, Cnen, Covisa para que possamos ter um juízo de valor a respeito de cada uma dessas situações”.
Para Frange foi “consistente a discussão, porque vieram pessoas preparadas para responder, trouxeram informações novas e nos deram a oportunidade de refazer os exames que estamos em dúvida, assumindo eles o ônus dessas análises”.
A preocupação dos vereadores com relação à contaminação das águas das duas empresas se deve ao fato que de que as fontes se localizam próximas a uma área contaminada por resíduos radioativos da Nuclemon e resíduos organoclorados da Novartis.
Olívia, da Cristalina, tranquilizou os vereadores, informando que, por determinação do Ministério Público, foram realizadas análises a cada três meses durante três anos e não foi detectada contaminação da água.
Já o presidente da Petrópolis destacou que a conformação geológica do terreno onde se encontram as fontes impede a contaminação de seu produto.
Aquífero contido
O presidente da Petrópolis esclareceu que a água mineral de sua empresa não é captada do lençol freático. “A nossa água é retirada a partir de 130 metros de profundidade (Fonte Santa Ana), a 300 metros (Fonte Santa Lúcia) e a 500 metros de profundidade (Fonte Santa Catharina), todas localizadas no aquífero contido, onde as águas estão armazenadas de 500 a mil anos”, informou Lopes Júnior.
Sabesp
A CPI aprovou requerimento do vereador Penna (PV), no qual solicita a realização de análises da água fornecida pela Sabesp. “É necessário que as análises exigidas para a água mineral também sejam exigidas para a água da Sabesp, pois é essa água que a maioria da população bebe”, disse.
Participaram da reunião os seguintes vereadores: Goulart (PMDB), Juscelino Gadelha (PSDB), Alfredinho (PT), Penna (PV), Paulo Frange (PTB), Arselino Tatto (PT), Edir Sales (DEM) e Quito Formiga (PR).
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