A Operação Inverno de atendimento à população em situação de rua foi o assunto da reunião da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Relações Internacionais nesta quinta-feira (6/6). Trata-se de um conjunto de medidas tomadas anualmente pela Prefeitura para reforçar o atendimento a essas pessoas.
Segundo Isabel Cristina Bueno, da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, a Operação Inverno se caracteriza, principalmente, na forma mais cautelosa e enfática da abordagem, principalmente a quem tem risco de morte. No inverno haverá aumento de 700 leitos extras em albergues, somados aos mais de sete mil permanentes. Há ainda mais 150 vagas para atendimento em caráter emergencial.
Para o Padre Julio Lancelotti, o atendimento ainda precisa passar por mudanças. Ele contou que nos centros de acolhida pessoas esperam várias horas até serem direcionadas para um local para dormir. Um usuário de albergue relatou que isso acontece com frequência.
Isabel reconheceu que a Prefeitura ainda precisa investir em alternativas de caráter qualificado para abrigar a população em situação de rua. Residências terapêuticas para ex-usuários de droga é um exemplo defendido por ela. Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), o importante é que o serviço continue sendo oferecido enquanto a Secretaria busca soluções.
Além disso, o padre acusou o Instituto Médico Legal de não divulgar dados referentes à morte de moradores de rua, causadas pelo frio ou não. Eles dizem que não sabem quantos morrem por mês, mas têm como diferenciar isso. Só não fazem porque a população de rua não importa, criticou. Anderson Miranda, do Movimento Popular de Rua, disse que, no último mês, o frio matou uma pessoa em Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo.
Julia Lancelotti ainda sugeriu que a Comissão fizesse visitas aos equipamentos públicos e passasse pelas ruas de São Paulo à noite para ver o dormitório a céu aberto que é essa cidade. O vereador Toninho Vespoli (PSOL) aceitou o convite e chamou a Comissão para, além disso, visitar albergues e marcar uma nova reunião para relatar a experiência.
(6/6/2013 – 16h40)
