Vereador Andrea Matarazzo (PSDB)
Em tempos de democrática discussão sobre mobilidade urbana em São Paulo, vale a pena observar um fator que tem a ver não apenas com com o tempo gasto no deslocamento de um ponto a outro da cidade, mas também com a segurança no trânsito: a adequada manutenção asfáltica de nossas ruas e avenidas. Desde a criação da Ouvidoria Geral da Cidade de São Paulo, em 2011, uma das principais queixas dos munícipes diz respeito a buracos em vias públicas.
De fato, em determinadas áreas não chega a ser um exagero compararmos ruas e avenidas a uma fatia de queijo suíço, tamanha a quantidade de buracos existentes, verdadeiras armadilhas para motoristas e, sobretudo, motociclistas.
Neste cenário, o risco de graves acidentes é muito grande, seja durante o dia ou particularmente à noite. Em época de estiagem, surgem por toda a cidade 1.000 buracos a cada dia, número que sobe para 1.500 na temporada de chuva. Com tantos obstáculos e imperfeições se multiplicando nos leitos carroçáveis, as viagens automóveis ou ônibus são feitas com desconforto e em tempos bem mais longos. Trata-se de uma grande dor de cabeça para todo e qualquer gestor municipal, algo que afirmo por experiência própria, já que fui subprefeito da Sé e secretário das Subprefeituras.
São várias as causas desses buracos e mesmo as grandes ondulações existentes também nos corredores e faixas exclusivas de ônibus. Qualidade ruim da massa asfáltica, serviços executados fora das normas por concessionárias de serviços públicos e erosão por conta das chuvas são os fatores mais comuns que degradam o asfalto da cidade.
Conhecidas as causas, é preciso um leque permanente de ações para manter em condições adequadas os 17 mil quilômetros da cidade. Segundo estudos internacionais, para cada dólar que se deixa de investir em conservação, é necessário desembolsar até três em recapeamento e operação tapa- buraco.
As soluções podem ser encontradas desde o diálogo permanente com institutos de pesquisas como IPT, de modo a avançarmos na utilização de asfalto de maior qualidade, passando por novos modelos de controle dos serviços executados por concessionárias, até a implantação de um eficiente sistema de fiscalização por parte das subprefeituras, com agentes vistores encarregados de verificar diariamente a malha viária regional.