Vereador Alessandro Guedes (PT)
Em estudo recente, o laboratório Medida SP, de visualização urbana, lançou mapa interativo com base no último censo do IBGE que derruba por terra a proposta do presidente Jair Bolsonaro de isolamento vertical como medida de controle de contágio por coronavírus. O levantamento aponta que mais de 25% dos moradores da Região Metropolitana de São Paulo vivem em domicílios com mais de duas pessoas por dormitório, principalmente nas regiões periféricas.
Tal medida, que prevê o resguardo somente de grupos de risco – pessoas acima de 60 anos e com comorbidades – não leva em conta a desigualdade social do país e o apartheid socioeconômico das metrópoles. Exemplo: enquanto no Itaim Bibi, em São Paulo, só 2% dos domicílios tem mais de duas pessoas por quarto, em Paraisópolis salta para 44%.
Mas como preservar a vida da população de baixa renda em meio à guerra contra o Covid-19, quando é preciso garantir o sustento da família e não existe a opção “ficar em casa” – recomendação da Organização Mundial de Saúde como único remédio por hora para conter a disseminação do vírus?
Nossa linha sempre foi, tem sido e será pautar a discussão com foco na área social. Por isso, a bancada do Partido dos Trabalhadores reivindica que a Lei de Renda Básica do vereador Eduardo Suplicy seja implementada na cidade de São Paulo, pois temos de pensar no pós-crise sanitária. Defendo o complemento por parte da Prefeitura da renda emergencial de R$ 600 liberada pelo Governo Federal – dinheiro em caixa existe.
É preciso fortalecer o pequeno empreendedor da periferia – barbeiro, ambulante, boleira, manicure, cabeleireira etc. Agora não é hora de pensar em obras e sim de cuidar de gente. As pessoas precisam se alimentar, ter tranquilidade para superar essa crise e se preparar para a pós-pandemia.
Nós vereadores aprovamos corte no orçamento do Legislativo de R$ 38 milhões para transferir recursos aos cofres da Prefeitura, a fim de investir em ações de combate ao coronavírus, priorizando as áreas da saúde e assistência social. Contudo, é preciso ir além. Infelizmente, a fome já voltou à periferia e medidas urgentes se fazem necessárias pelo Poder Público de nossa cidade.
Entre as iniciativas emergenciais, defendo:
– o fortalecimento do Terceiro Setor, a garantia da alimentação das famílias de baixa renda neste período;
– auxílio financeiro as famílias paulistanas;
– distribuição de álcool em gel e máscaras e
– ações junto a Sabesp, ENEL e empresas de telefonia neste instante para evitar que famílias mais humildes sejam ainda mais penalizadas com cortes no abastecimento de serviços essenciais.
Vereador Alessandro Guedes (PT) – 1° secretário