VEREADOR MILTON LEITE (DEM)
Câmara Municipal de São Paulo tem 13 vereadoras eleitas, contra 42 homens
Começamos a nova legislatura da Câmara Municipal de São Paulo destacando, entre outros diferenciais, o fato de termos a maior bancada feminina já formada na capital paulista: atualmente as mulheres são 24% dos representantes eleitos em 2020.
Gostaria de ir além das estatísticas que povoam o noticiário neste Dia Internacional da Mulher e que revelam o quanto a participação feminina na política ainda é pequena e desigual. A minha intenção, como presidente do Parlamento municipal, é abrir um canal de debate sobre como podemos tornar espaços de poder, como a Câmara, ambientes livres de preconceito.
Penso que garantias neste cenário são importantes. No plenário, a participação é democrática graças ao Regimento Interno. As sessões reservam tempo para que todos defendam os assuntos que consideram válidos e também façam considerações sobre os projetos em andamento. Porém, o microfone aberto da tribuna, muitas vezes, revela desigualdades. Vereadoras são interrompidas muito mais vezes que os homens.
Portanto, assegurar que todas as vereadoras, independentemente do partido, terão voz e tranquilidade para expor suas ideias é meu primeiro compromisso. Além disso, não vamos tolerar nenhum tipo de assédio ou desrespeito na Casa do Povo. Um passo importante que já demos foi a criação da CPI da violência contra pessoas trans, que será presidida pela vereadora Erika Hilton, do PSOL.
Entre as treze vereadoras eleitas temos representantes da esquerda, da direita, as que defendem valores mais conservadores ou liberais. O eleitor que assistiu aos primeiros pronunciamentos das nossas sessões deve estar se questionando se será tão fácil assim garantir que todas exerçam seus mandatos livremente. Não será. Porém, cabe ao Parlamento paulistano buscar o diálogo exaustivamente. Este, reitero, é meu maior compromisso.
Milton Leite, presidente da Câmara Municipal de SP