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Artigo: Orgulho LGBTQIA+ para quem?

1 de julho de 2021 - 11:00

VEREADORA ELAINE DO QUILOMBO PERIFÉRICO (PSOL)

Dizer que a estrutura é voltada para determinados grupos e não para outros é dizer que a humanidade das pessoas LGBTQIA+ é menos reconhecida pelo Estado, havendo uma hierarquização entre aqueles que se conformam à cis-heteronormatividade e aqueles que não se conformam.

Guilherme de Almeida, poeta

O dia 28 de junho é a data que  se comemora o dia do orgulho  LGBTQIA+. Isso nos leva ao seguinte questionamento: orgulho para quem? Quem são os corpos LGBTQIA+ que mais são assassinados, abandonados para a morte, estigmatizados e sofrem com o preconceito? São corpos negros, trans e periféricos.

Na última eleição tivemos um aumento de 400% no número de parlamentares trans e travestis eleites para mandatos municipais, dado que é contrastado por ataques  institucionalizados do conservadorismo, impulsionados pelo bolsonarismo disseminado em diversas frentes na política e nas relações sociais.

Durante esse mês, as grandes marcas e empresas do capital trouxeram o colorido por meio de suas marcas, fato que configura o uso de  nossas corpas para destacar a pluralidade e diversidade. No entanto, isso nos torna um espetáculo de inclusão só na aparência.

Sabemos que o orgulho LGBTQIA+ esta associado à luta contra a heteronormatividade e o conservadorismo. É   resistência cotidiana pelo direito à vida. Afinal, ainda são os corpos LGBTQIA+ objetos de violência e morte.

De acordo com o Observatório das Mortes LGBTQIA+ no Brasil no ano de 2020, foram registradas 237 mortes,  destas, 224 foram homicídios e as outras 13 suicídios. Pessoas trans e travestis compõem 70%, gays foram 22%, lésbicas 5% e 1% foram homens trans. Esses números nos levam a reafirmar que Vidas LGBTQIA+ importam!

Hoje vamos homenagear e se orgulhar de Xica Manicongo, que foi a primeira travesti registrada na história brasileira em 1591, de  todas as nossas griôs que foram mortas perseguidas e torturadas durante a ditadura militar e na contemporaneidade, devemos levantar a bandeira do arco-íris como forma de luta e resistência nas ruas para derrubar o Bolsonaro e o fascismo. Para se orgulhar da nossa orientação e identidade de gênero e do direito de gritar que “o amor fala todas as línguas”.

Nesse sentido a mandata Elaine do Quilombo Periférico, manifesta apoio à toda luta LGBTQIA+, pelo direito à vida e trabalho. Seguiremos na defesa das politicas afirmativas que garantam:

  • A valorização da diversidade humana;
  • Livre direito de orientação e identidade de gênero;
  • Autonomia dos movimentos sociais e participação dos espaços de controle da política;
  • A permanência do direito  de ter assegurada a adoção, constituição de família e direitos sucessórios para a população LGBTQIA+;
  • As lutas em torno do respeito à identidade trans;
  • A despatologização e retirada da transexualidade dos catálogos internacionais de doenças;
  • A garantia da permanência do processo transexualizador pelo SUS e
  • Ampliação das políticas de atendimento, acesso à renda e trabalho.

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