O cenário da pandemia da Covid-19 é devastador e evidencia a desigualdade entre as regiões nobres e periféricas da cidade de São Paulo. A notória exposição das pessoas frente ao coronavírus reacendeu a importância do debate, que deve ser permanente.
Ao longo dos últimos meses, intensifiquei o contato virtual com moradores das regiões mais afetadas para dar encaminhamento às demandas, analisar mais assertivamente quais são os principais desafios e batalhar pela ampliação de recursos aos mais necessitados.
Devemos pontuar que a disseminação do vírus é ainda maior em locais com pouco acesso ao saneamento básico e à água tratada, que ainda são desafios presentes no cotidiano da população paulistana. Com os direitos básicos negados pelo governo, a manutenção da saúde pública se torna inviável e extremamente complexa.
A periferia tem um papel fundamental na força de trabalho de serviços essenciais e deveria receber maior atenção dos órgãos públicos. Diariamente, os profissionais enfrentam o transporte público em condições não apropriadas para uso, principalmente durante a alta de contaminações.
Um levantamento do laboratório de visualização urbana MedidaSP indica que as linhas de ônibus das regiões sul e leste permaneceram com o mesmo número de passageiros durante o ano de 2020. Porém, a linha 9- Esmeralda da CPTM, que liga o Grajaú a Osasco, recebeu um número ainda maior durante o período.
Não podemos permitir que o caos engula as regiões periféricas, principalmente durante situações alarmantes como a que vivemos há mais de um ano. Sigo comprometido com a população paulistana para a construção e aprimoramento de políticas públicas de forma igualitária a todos.