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Assassinatos por disputa de terra cresceram 24% em 2012

9 de agosto de 2013 - 23:43

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Luiz França / CMSP
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Em 2012, 36 pessoas foram mortas em conflitos agrários no Brasil, um aumento de 24% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 29 assassinatos do tipo. A informação consta na última edição do relatório Conflitos no Campo Brasil, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Apresentado nesta sexta (9/8) em evento realizado na Câmara Municipal, o relatório ainda aponta um crescimento no número de tentativas de assassinato, que dobraram em um ano, totalizando 77 em 2012, contra 38 em 2011.

Os conflitos são decorrência da não realização da reforma agrária. E a política do governo é não fazer a reforma agrária, analisa Plínio de Arruda Sampaio, candidato à presidência em 2010 pelo PSOL e atual presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA).

O total de conflitos agrários que incluem disputas por terra, água e trabalhistas permaneceu praticamente estável, subindo 1035 para 1067. No entanto, se comparado com os dados de 2008, quando a comissão contabilizou 751 conflitos pelo país, registra-se um crescimento 64% em cinco anos.

Em 2012, o Nordeste foi a região com maior número de disputas, 490, quase metade do total nacional. Lá também se encontram os três estados com mais conflitos: Maranhão (161), Bahia (122) e Pernambuco (105).

Já o Sudeste apresentou números positivos: o número de conflitos caiu 28% em um ano e nenhuma morte foi registrada no Estado de São Paulo em decorrência de disputas pela terra em 2012. No entanto, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) acredita que isso reflete um período de ressaca dos movimentos sociais, não uma melhora nas políticas governamentais.

De certa maneira, esses governos [Lula e Dilma] foram um para-choque para os movimentos organizados. O salário mínimo foi valorizado, tem mais crédito para as pessoas, mas as questões estruturais, como a concentração fundiária, permanecem as mesmas, comentou Vespoli.

Para o socialista, o preço dessa política de apaziguamento será pago nos próximos anos, quando o número de conflitos no campo deve aumentar, em sua opinião.

Povos indígenas
O relatório também apresenta dados sobre a violência contra a população indígena. Para a irmã Maria Alberta Girardi, que atua na CPT desde a década de 70, essa é uma das questões que merecem mais atenção do governo. Temos que combater não apenas a violência contra os posseiros, os pequenos agricultores, mas também a violência contra os índios, que vem crescendo, comentou.

Segundo a comissão, nos últimos 10 anos foram assassinados 560 índios no país, mais da metade no Mato Grosso do Sul. O ano mais violento foi 2007, quando o número de mortes chegou a 92, quase o dobro do registrado em 2012 (57).

(09/08/2013 20h43)

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