A Subcomissão da Tarifa Zero, que pertence a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo, recebeu nesta quarta (5/4) representantes da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e da entidade Plamurb, que debateram com os parlamentares a melhor maneira de implantar a ideia de tarifa zero no transporte público da capital sem que isto gere prejuízos às empresas de ônibus.
Para o presidente da ANTP, Ailton Brasiliense, a tarifa zero não pode ser implantada de imediato na cidade de São Paulo por se tratar de um projeto complexo que exige, segundo ele, uma estruturação completa da rede de transporte público de toda região metropolitana. “É preciso que o Metrô cumpra sua rede básica, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) precisa reduzir o seu intervalo de tempo, a rede de ônibus precisa implantar os corredores, além dos corredores de BRTs. Não adianta implantar tarifa zero sem todo este planejamento prévio”, afirmou ele.
Durante a sua fala, o superintendente da ANTP, Luiz Carlos Mantovani, chamou a atenção para o fato de que a implantação tarifa zero possa gerar, de imediato, uma demanda reprimida que pode superlotar o transporte de ônibus na cidade. “Quando você libera a tarifa, naturalmente, as pessoas que andavam distâncias curtas, ou não tinham dinheiro pra pagar o ônibus, virão para o transporte. Então é preciso que aqui se faça um estudo sobre o impacto dessa demanda no sistema”, acrescentou Mantovani.
Segundo Thiago dos Santos Silva, presidente da Plamurb, organização da sociedade civil que debate temas relacionados ao planejamento urbano, entender a atual situação do transporte coletivo é uma pauta mais importante que implantação da tarifa zero. “É preciso que, primeiramente, o Poder Público torne esse transporte coletivo atrativo, menos custoso e mais vantajoso pra quem usa. Para depois, aí sim, caminharmos para a tarifa zero”, defende.
O presidente da Subcomissão da Tarifa Zero, vereador Paulo Frange (PTB), entende a amplitude e a complexidade do debate em torno do tema, mas não acredita que a implantação da ideia esteja distante já que, segundo ele, o tema tem sido debatido no Congresso Nacional a partir do desenvolvimento de uma lei que cria regras claras para que inclua o transporte público como um direito do cidadão brasileiro.
Frange também afirmou que a implantação deste modelo de tarifa só será possível quando os custos desse sistema forem compartilhados entre os três entes da federação. “Ficou muito claro pra gente que, de todo jeito, a receita tem que trazer de fora e do tesouro municipal, estadual e do governo federal recursos pra poder financiar esse modelo”, ressaltou o parlamentar.
A reunião desta quarta-feira, que pode ser conferida na íntegra clicando neste link, foi presidida pelo vereador Paulo Frange (PTB), e contou com a participação dos vereadores Jair Tatto (PT), Rinaldi Digilio (UNIÃO), Rute Costa (PSDB) e Dr. Sidney Cruz (SOLIDARIEDADE).
Eu creio que a tarifa zero pode onerar muito as empresas de ônibus, aliás que já ganharam muito dinheiro,mas pode-se esperar que eles tentarão cortar gastos de todo modo,como o corte de cobradores,já que não será necessário.Eu vejo o sistema atual de bom tamanho,como a gratuidade para idosos a partir de 60 anos,desempregados,portadores de necessidades especiais e acompanhantes.Vejo que poderia ser incluso a meia passagem,como é do estudante,para trabalhadores em escolas públicas municipais e estaduais,trabalhadores em serviço de saúde pública.Assim não deixaria as empresas de ônibus com caixa baixo . Obrigado