Luiz França / CMSP
Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 10 mil e 13 mil portadores do vírus da Aids estão sem tratamento na cidade de São Paulo.
Com base nesses dados, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal realizou nesta quarta (23/4) uma Audiência Pública para discutir o atendimento a portadores de HIV na rede municipal de saúde, um projeto do Ministério da Saúde.
Segundo proposta, a prefeitura deve ampliar o tratamento da doença nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), oferecendo cuidados multidisciplinares aos portadores do vírus.
A Coordenadora do Programa Municipal DST/AIDS de São Paulo, Eliana Gutierrez, disse que projeto pode se tornar realidade. Desde que haja treinamento, planejamento e que essas equipes sejam trabalhadas de forma matriciada, como um braço da assistência especializada, eu acredito que seja possível.
O representante do Movimento de Luta contra a Aids José Araújo criticou a proposta, alegando que terá efeito inverso, afastado os portadores de HIV do tratamento. As UBSs já estão superlotadas. A Aids é uma doença específica que exige um tratamento diferenciado, disse.
Segundo o vereador Natalini (PV), pacientes e familiares também alegam que muitos portadores da doença não irão ao posto de saúde de suas comunidades por medo do preconceito. As entidades acham que vai se perder a referência do tratamento, mas tem também a questão social, o medo de se expor à comunidade, e a falta de médicos infectologistas nas UBSs treinados para tratar de um doente tão complexo como o portador do HIV.
(23/04/2014 – 18h56)