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Ativistas discutem machismo em universidades e fechamento de creches na USP

Por: - DA REDAÇÃO

20 de março de 2017 - 21:43

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Luana Alves, estudante e membro do Coletivo de Combate à Violência contra Mulher ‘Juntas!’

O assédio sofrido por estudantes e o fechamento de creches que atendem servidores e alunas da USP (Universidade de São Paulo) foi debatido nesta segunda-feira (20/3), na Câmara Municipal, por grupos de ativistas universitárias.

 

De acordo com comunicado divulgado pela reitoria, a USP tem enfrentado déficit orçamentário que ultrapassa R$ 1 bilhão. As medidas apresentadas para redução dos custos inclui a diminuição de vagas em creches mantidas pela universidade e o fornecimento de auxílio-creche, em contrapartida. Segundo a direção da USP, a economia com essas medidas seria de R$ 23 milhões ao ano.

Juliana de Faria, fundadora da ONG Think Olga e autora da campanha ‘Chega de Fiu Fiu’

“As creches nas universidades são uma medida para que mulheres que são mães tenham direito de continuar os estudos. Essa retirada é um grande ataque à permanência da mulher na universidade”, destacou a estudante Luana Alves, que também é membro do Coletivo de Combate à Violência contra Mulher ‘Juntas!’.

Para a advogada e fundadora da DEFEMDE (Rede Feminista de Juristas) Mariana Ganzarolli, a aplicação de auxílio-creche vai afetar o serviço. “Quando você terceiriza [o direito à creche] por meio de um auxílio, passando para redes conveniadas ou particulares, com certeza a qualidade dessa creche cai muito”, afirmou.

Em relação ao combate aos casos de assedio sexual e moral sofrido pelas mulheres nas universidades, as participantes disseram que há um aumento de conscientização, mas que ainda falta apoio das instituições. “O que a gente gostaria de ver é mais apoio institucional das universidades, mostrando que querem estar ao nosso lado combatendo também essa violência”, afirmou Juliana de Faria, fundadora da ONG Think Olga e autora da campanha ‘Chega de Fiu Fiu’.

Vereadora Samia Bonfim (PSOL)

A vereadora Samia Bonfim (PSOL) acredita que o debate irá contribuir na tomada de decisão das instituições. “O que queremos fazer aqui é um diagnostico para apresentar iniciativas e possibilidades para combater o machismo nas universidades. Isso passa pela organização das alunas, professoras e funcionárias, mas principalmente cobrando as reitorias por ações reais”, disse.

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