A Praça e Memorial Vladimir Herzog, no centro de São Paulo, recebeu nesta quarta-feira (6/1) um ato para relembrar os 40 anos do documento assinado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e encaminhado à Auditoria Militar questionando a versão da morte do jornalista.
Considerado um dos principais nomes do jornalismo brasileiro, Herzog foi encontrado morto nas dependências do DOI-Codi(Centro de Operações de Defesa Interna) – órgão militar da ditadura – em 25 de outubro de 1975 após se apresentar voluntariamente ao exército.
Em nota, o DOI-Codi alegou que ele havia se suicidado. No entanto, essa versão não convenceu sua família e nem seus colegas de trabalho que fizeram um abaixo assinado para contestar.
“Esse documento foi muito importante para nos dar força para lutar até que a verdade aparecesse”, explicou o filho de Vladimir, Ivo Herzog. Para Audálio Dantas, que na época era o presidente do Sindicato dos Jornalistas, esse foi um ato de coragem. “Foi a mais ousada atitude dos jornalistas, que lançaram um manifesto contestando o inquérito do exército”, declarou.
O cineasta João Batista de Andrade, responsável pelo documentário “Vlado, 30 anos depois”, falou sobre a importância do abaixo assinado. “Essa documento foi muito importante para contestar a versão militar”, explicou.
A Câmara Municipal de São Paulo instalará na praça um painel com o nome de todos os que assinaram o documento.