De forma semipresencial, os parlamentares da Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica, realizaram na manhã desta quarta-feira (29/7), a segunda audiência pública de 2020. O foco do debate foi a situação dos trabalhadores do transporte escolar no período de pandemia da Covid-19 e a paralisação das atividades durante a pandemia. A reunião foi comandada pelo vereador Senival Moura (PT), presidente do colegiado.
O requerimento para realização da audiência é de autoria do vereador Alessandro Guedes (PT). O parlamentar foi procurado por representantes da categoria que pedem socorro, já que não possuem outras fontes de renda. “Muitos deles não se enquadram no perfil do auxílio emergencial, que foi disponibilizado pelo Governo Federal. Todos ficaram à mercê desta situação, com prestações de carro para pagar, famílias para sustentar, taxas municipais para cumprir e sem ter nenhum tipo de remuneração”, explicou o requerente.
Guedes também observou que, mesmo sem rendimentos, esses trabalhadores são obrigados a manterem, exclusivamente, a prestação de serviços voltada ao transporte escolar, sem a possibilidade de exercerem outras atividades com o veículo, que é a fonte de renda de cada um.
Sobre essa questão, o vereador Adilson Amadeu (DEM) prometeu enviar um ofício às autoridades competentes em busca de uma solução. “Tirar a oportunidade daqueles que tem o seu carro e podem fazer outra atividade, nesse momento de crise, é inaceitável. Eu vou encaminhar o ofício à Secretaria de Transportes e Departamento de Transportes Públicos para que eles analisem uma fórmula de liberação, para que eles possam trabalhar em outras atividades até que o atendimento às crianças na área da educação volte ao normal”, completou Amadeu.
De acordo com informações do SINTTEASP (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Escolar de São Paulo), só na capital cerca de 15 mil pessoas trabalham na categoria de transporte escolar. São trabalhadores que não tiveram direito ao auxílio emergencial e possuem mensalidades de financiamento de veículos acima de dois mil reais. Alguns, até passam fome por não terem o que comer como explica o diretor da instituição, Oswaldo Luiz Reis Filho.
“Uma situação muito difícil, já que muitos já estão com a necessidade, não atendida, da alimentação. Nós paramos dia 12 de março e não sabemos quando tudo vai acabar. Fomos a primeira categoria parar e, com certeza, seremos a última a retornar às atividades,” comentou o diretor do sindicato.
A Comissão convocou para o debate a secretária municipal de Mobilidade e Transportes, Elisabete França, e o secretário de Educação, Bruno Caetano, mas nenhum deles compareceu.
Outras participações e a audiência, na íntegra, podem ser conferidas aqui.
Estamos precisando urgente de um auxílio emergencial para sobrevivência pois não temos outra forma de rendimentos.