A Defensoria Pública do Estado de São Paulo realizou nesta sexta-feira (17/4), na Câmara, uma audiência pública para discutir as principais dificuldades que pessoas com deficiência encontram nas escolas, universidades e até mesmo no ensino à distância.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a rede de ensino tem 16 mil alunos matriculados com algum tipo de deficiência. “Os problemas que chegam até a Defensoria Pública são os casos que não estão dando certo. Mas não vejo isso como um problema, mas sim como uma forma de conseguirmos pensar na situação. Quanto mais mães cobrarem, mais fácil fica de resolver”, afirmou a coordenadora da Educação Especial de São Paulo, Renata Garcia.
A diretora do Centro de Atendimento Especializado do Estado, Neusa Rocca, explicou que uma das principais dificuldades é ter instituições de ensino acessíveis. “Gostaríamos que todas as escolas estivessem adequadas, mas temos problemas em fazer reformas nos prédios, principalmente porque eles são tombados”, declarou. Em todo o Estado são 66 mil alunos matriculados na rede pública estadual com algum tipo de deficiência.
Para a coordenadora do Núcleo Especializado de Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência, Renata Flores Tibiriçá, faltam profissionais especializados e políticas públicas para que o ensino seja acessível a todos. “É importante fazermos esse debate, porque a falta de acessibilidade de pessoas com algum tipo de deficiência se repete. Toda essa dificuldade leva até algumas mães a desistirem de matricular seus filhos nas escolas regulares, não porque não acreditam na inclusão. Mas chega uma hora que elas cansam, porque é preciso entrar com processo judicial e algumas acabam os deixando [os filhos] até mesmo em casa”, explicou.
“Além disso, faltam políticas também para empregar essas pessoas depois. Por isso, as demandas precisam chegar até nós quando acontece algum tipo de violação para que possamos tomar providências”, disse.