Luiz França/CMSP
Vereadores, professores, alunos e especialistas debateram nesta segunda-feira (9/9), durante audiência pública da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal, as mudanças previstas no programa Mais Educação São Paulo da Prefeitura para a reorganização curricular e administrativa da rede de ensino.
O projeto, anunciado em agosto, prevê entre as propostas a divisão dos nove anos do Ensino Fundamental em três ciclos e também a retenção do aluno, caso ele não tenha o aproveitamento necessário durante os primeiros anos do ciclo. De acordo com o Secretário de Educação, Antonio Cesar Russi Callegari, a meta é impedir que crianças cheguem aos oito anos sem estarem alfabetizadas. A ideia é alinhar a estrutura do ensino municipal com o movimento implantado em todo o Brasil pelo pacto da alfabetização na idade certa, assim, ao completar o ciclo de três anos, a criança terá conhecimento de leitura e escrita, explicou.
O secretário também sinalizou para a importância de se corrigir o problema na época certa, por isso, a necessidade de acabar com a progressão continuada. Não acreditamos que é possível aprender sem esforço e quando o aluno passa, mesmo sem ter aprendido, essa é a impressão que se tem”, disse Callegari, que afirmou que haverá avaliações bimestrais, notas de 0 a 10 e recuperação, caso o estudante não atinja a média necessária.
“Impossível debater em apenas um mês”
A professora da Faculdade de Educação da USP Sônia Maria Portella Kruppa mostrou-se contrária as mudanças previstas. Reprovação não produz conhecimento, o que gera aprendizagem é o acúmulo. Além disso, acho que esse documento apresentado é provocador e é impossível debater ele em apenas um mês, afirmou.
A integrante do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem), Teresinha Civeira, também destacou a necessidade de mais discussão do projeto. Não somos contrários as mudanças, mas queremos um debate diferenciado para que essas medidas sejam implementadas com maior segurança, pontuou.
Ainda durante a audiência pública, os participantes ressaltaram a necessidade de se pensar no número de alunos por educador, da inclusão de alunos com deficiência auditiva e o fato de a realidade do aluno também ser considerada dentro das escolas.
O vereador Floriano Pesaro (PSDB), vice-presidente do colegiado, disse que é importante a discussão porque a educação deve ser aprimorada a cada dia. A vereadora Edir Sales (PSD) é a autora do requerimento para realização da audiência pública. “É fundamental esse projeto para melhorias na educação, no entanto, como ele propõe mudanças, precisamos ouvir especialistas, educadores e envolvidos para saber o que pode ser aprimorado; precisamos discutir com exaustão”, ressaltou a parlamentar.
Sugestões
As sugestões para o programa Mais Educação São Paulo podem ser enviadas até o dia 15 por meio do hotsite do projeto.
(9/9/2013 – 16h01 – atualizada às 17h01)