Fotos: Fábio Jr Lazzari/ CMSP
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações Internacionais realizou nesta quinta-feira uma audiência pública para debater o andamento das investigações sobre a morte de uma jovem estudante angolana assassinada no centro de São Paulo.
A universitária Zulmira de Souza Borges Carvalho, 26, foi assassinada em maio, em um bar no Brás. De acordo com testemunhas, a estudante estava no estabelecimento com amigos quando um grupo de brasileiros começou a insultar os angolanos. Após a discussão, um homem teria voltado e disparado os tiros contra o grupo de estrangeiros.
Convidado para participar da audiência, o defensor público federal Rodrigo Jácomo Teixeira afirmou que está acompanhando o caso de perto. Estamos vendo o que as entidades responsáveis estão fazendo. Caso a Polícia Civil não dê uma posição sobre o crime, vamos recorrer à Justiça Federal, adiantou.
Representando o Centro de Combate ao Racismo da Prefeitura, Naiza Bezerra colocou-se à disposição da comunidade angolana. Acompanhamos essas violações de direito que estão acontecendo e a nossa meta é acabar com esse tipo de crime. Por isso, precisamos implementar políticas públicas e promover atividades para sensibilizar a população, destacou.
Para o presidente da comissão, vereador Ítalo Cardoso (PT), é fundamental esclarecer esse crime. O que aconteceu mostra a intolerância racial e precisamos nos unir para que essas barbaridades nunca mais aconteçam, avaliou o 1º secretário da Câmara Municipal.
Já a vereadora Juliana Cardoso (PT), proponente da audiência pública, lamentou o não comparecimento das autoridades convidadas e disse que essas entidades ligadas ao caso serão cobradas. Vamos pedir para os principais órgãos envolvidos na investigação desse crime para que eles nos encaminhem informações sobre o que estão fazendo, sinalizou a vice-presidente da comissão.
Foram convidados para participar da audiência pública o Ministério Público, Secretaria de Segurança do Estado, Embaixadas brasileira e angolana, Assembleia Legislativa, Delegacia de Crimes Raciais e União dos Estudantes de Angola.
Presente na reunião, o integrante da União de Estudantes Angolanos de São Paulo Marseu Sebastião de Carvalho afirmou que os negros sofrem preconceito. Temos a necessidade de manifestarmos o quanto sofremos com o racismo e a xenofobia. Precisamos trabalhar para erradicar esse tipo de crime que acontece, declarou.
(28/06/2012 14h59)