ANDREA GODOY
DA TV CÂMARA
A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher realizou uma Audiência Pública nesta quarta-feira (16/8) para debater sobre a reestruturação da rede de saúde anunciada pelo Executivo. O secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, apresentou detalhes desta proposta e respondeu sobre algumas dúvidas.
Gestores, conselheiros e trabalhadores da Saúde, organizados em sindicatos e entidades, levaram cartazes para a Audiência Pública em defesa do fortalecimento do SUS. Eles temem que a reestruturação da rede de saúde feche unidades e demita profissionais. Na Tribuna, várias pessoas expressaram preocupação com as mudanças que a Prefeitura pretende fazer.
Eder Gatti, médico e presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), disse que a reestruturação acontece em um momento muito delicado. “O governo federal está em uma fase de limitação de Orçamento por conta da Emenda Constitucional do teto dos gastos. A gente vê o Ministério da Saúde com movimentos de redução de serviços. Então vai pesar muito para os municípios e em São Paulo não vai ser muito diferente”.
Pollara apresentou as linhas gerais do projeto de reestruturação. Afirmou que atualmente há falhas na rede com ações sobrepostas, desarticuladas e mal distribuídas. O plano, segundo ele, é que as Unidades Básicas de Saúde, com a atuação dos agentes comunitários de saúde e equipes de Saúde da Família, sejam a porta de entrada do sistema para direcionar o paciente.
“É a UBS que orienta, porque é a UBS que sabe onde aquele caso tem de ser atendido. “Não vai fechar. Nós vamos mudar o atendimento da AMA para atendimento da Saúde da Família. Por quê? Porque não existe o médico ver o paciente uma vez só e depois nunca mais.”
O vereador Dr. Milton Ferreira (POD), vice-presidente da Comissão, diz que o fechamento de UBSs não passa de boato. “Teve caso em que eu recebi abaixo-assinado de quatro mil pessoas. Então o secretário hoje foi taxativo, falando que não vão fechar as UBSs. Vai ter uma readequação, o que eu acho importantíssimo.”
O secretário firmou ainda que serão três tipos de hospitais: os estruturantes para alta complexidade, com forte aparato tecnológico, os estratégicos com caráter eletivo e atendimento clínico e cirúrgico, sem ala de emergência, e os hospitais de apoio de menor aporte tecnológico para dar continuidade a atendimentos e cuidados paliativos.
“Eu preciso preservar os leitos de alta complexidade para os doentes que precisam e ter alguém que fale para o paciente onde ele precisa ir. Este é o problema hoje”, disse o secretário Pollara.
A vereadora Rute Costa (PSD), presidente da Comissão, diz que a reestruturação está sendo acompanhada de perto.
“Os membros da Comissão estão indo à secretaria para compreender a reestruturação das AMAs e também a readequação dos locais. Alguns estavam inadequados para o atendimento.”