A Audiência Pública realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes nesta quinta-feira (5/5) debateu a existência das salas de aula multietárias na rede municipal de ensino. Algumas unidades escolares mesclam crianças de idades diferentes na mesma sala de aula durante a educação infantil. Participaram do debate educadores, entidades vinculadas à educação, pais e vereadores.
O professor Maciel Silva dos Santos entende que o projeto pode existir, mas vê a necessidade do aporte de recursos para ser desenvolvido, já que pontua aspectos pedagógicos e de desenvolvimento. “Quando eu coloco uma criança de seis meses e outra de 1 ano e meio na mesma sala cria uma necessidade de um projeto pedagógico individualizado. Outra questão é a necessidade do profissional interagir com cuidado com as crianças.”
O movimento Caravana da Educação defende as interações entre as crianças de diferentes faixas etárias, porém Ivan Ferreira de Carvalho afirma que não podem ser feitas de qualquer jeito. “A gente percorre as escolas diariamente e notamos uma demanda negativa que estas salas multietárias geram por falta de estrutura e recursos humanos nas unidades, inclusive há módulos defasados.”
Autor do pedido do debate, o vereador Celso Giannazi (PSOL) comentou que os inúmeros relatos sobre problemas em salas multietárias serão encaminhados à Secretaria Municipal de Educação. “Não se pode fazer essa mistura sem qualquer condição de pessoal, número de alunos e professores.” Uma das propostas discutidas durante a Audiência Pública, avalizada pelo parlamentar, foi a criação de uma subcomissão que tenha como foco o acompanhamento da educação infantil em São Paulo. São mais de 6 mil bebês e crianças atendidas pela rede municipal de educação na capital paulista.
O presidente da Comissão de Educação, vereador Eliseu Gabriel (PSB), disse após o debate que ficou a necessidade urgente de um diálogo com o corpo de profissionais da pasta em questão. “O processo exige um preparo para que tenha sentido, além de contar com pessoas que possam ajudar na relação de alunos de diferentes faixas etárias. Um sério problema pode ocorrer caso não haja preparação e um tratamento adequado para a situação.”
Segundo o diretor da Divisão de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, há um consenso sobre a importância da interação de crianças de diferentes idades. “Tenho feito um movimento de escuta e diálogo com unidades educacionais com o objetivo de tentar entender o processo de implementação dos agrupamentos multietários da cidade”, explicou Tassio José da Silva.
O vereador Eduardo Suplicy (PT) também participou da Audiência.
A íntegra da Audiência pode ser conferida abaixo:
Devemos denunciar aqui tbm o atendimento das crianças da EMEI pela rede conveniada, que vem crescendo em grande escala.