Mariana Ghirello
Da TV Câmara
A Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher recebeu nesta quarta-feira (17/6) os secretários municipais que atuam de forma integrada no programa Braços Abertos, que atende usuários de crack na região da Luz, conhecida como Cracolândia. A iniciativa começou em janeiro do ano passado e tem como objetivo a melhora na qualidade de vida dos usuários e a redução dos danos causados pelo consumo de drogas. Ao todo seis secretários estavam presentes.
O secretário municipal da Saúde, José de Filippi Júnior, explicou que o projeto foi construído em parceria com especialistas, várias secretarias e ainda via diálogo com os próprios usuários. Júnior afirmou que a experiência na Luz tem sido boa e que o programa será expandido para outras seis regiões: Santana, Vila Leopoldina, Cidade Tiradentes, Santo Amaro, Jabaquara e M’Boi Mirim. “Essas pessoas têm que se reconstruir”, destaca Filippi.
Os usuários de drogas que desejam entrar para o programa podem trabalhar e ganhar R$ 15 por dia, além de alimentação e moradia nos hotéis da região. “Para nós, é muito importante a inclusão social através do trabalho. Dos 550 beneficiários do programa, 340 estão nas frentes de trabalho registrados, realizando a varrição e o manuseio de plantas. Nós não temos o direito de desistir daquelas pessoas que estão lá”, afirma Artur Henrique Santos, secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo.
A principal polêmica em torno do projeto é a forma de mensurar se ele cumpre seu objetivo. Os vereadores questionaram o números de pessoas que deixaram de usar drogas após aderirem ao ‘Braços Abertos’. Luciana Temer, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, explica que o programa visa incentivar o usuário a deixar completamente o uso de substâncias, mas apenas a redução do consumo deve ser comemorada.
“Nós visamos que as pessoas não morram por causa da droga e convivam melhor com sua saúde e com a sociedade de modo geral. As pessoas naturalmente reduzem muito o consumo da droga, e algumas até chegam a parar”, explica Luciana. Ela destacou ainda que mais de 490 pessoas conseguiram tirar seus documentos.
O secretário de Segurança Urbana, Ítalo Miranda Junior, aponta redução na criminalidade nos locais onde existe o programa. Para ele, “existe um ciclo que precisa ser quebrado – que é quando o usuário que não tem dinheiro passa a cometer pequenos crimes para consumir. A diferença que esse trabalho faz é muito grande, é o retorno para a dignidade. Existe o policiamento, mas também existem ações sociais presentes”.