pixel facebook Pular para o conteúdo Pular para o rodapé Pular para o topo
Este é um espaço de livre manifestação. É dedicado apenas para comentários e opiniões sobre as matérias do Portal da Câmara. Sua contribuição será registrada desde que esteja em acordo com nossas regras de boa convivência digital e políticas de privacidade.
Nesse espaço não há respostas - somente comentários. Em caso de dúvidas, reclamações ou manifestações que necessitem de respostas clique aqui e fale com a Ouvidoria da Câmara Municipal de São Paulo.

Autoridades tratam de violência policial em reunião da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania

Por: JOTA ABREU
HOME OFFICE

29 de julho de 2020 - 19:28

A Comissão Extraordinária de Direitos Humanos e Cidadania realizou uma reunião extraordinária nesta quarta-feira (29/7) para tratar do tema “Violência Policial”, diante de casos recentes que os vereadores consideram inaceitáveis e que foram veiculados pela mídia.

A reunião virtual foi conduzida pelo presidente da Comissão, vereador Eduardo Suplicy (PT), e contou com as presenças dos vereadores Celso Giannazi (PSOL), Juliana Cardoso (PT), Patrícia Bezerra (PSDB) e Ricardo Teixeira (DEM). A vereadora Soninha Francine (CIDADANIA) estavam em outra reunião no mesmo horário, e enviou contribuição por vídeo.

Entre as autoridades que participaram da reunião estão o secretário-executivo da Polícia Militar do Estado (PM), coronel Álvaro Batista Camilo, o ouvidor da PM, Elizeu Soares, e o secretário municipal de Segurança Urbana, coronel Celso Aparecido Monari.

Os primeiros a se manifestar foram representantes da sociedade civil, com discurso praticamente unânime pela desmilitarização da polícia. O jornalista e ativista Juca Kfouri se declarou estarrecido com os números que tem visto como, por exemplo, de que a cada 8 horas ocorre a morte de um jovem negro em São Paulo. “Não vejo outro caminho que não seja a mudança dos métodos policiais”, disse.

Abdael Ambruster, do grupo Policiais Antifascismo, considera absurdo que em meio à pandemia, a violência policial esteja aumentando. A pesquisadora de segurança pública, Tamires Sampaio, também acredita na necessidade de um novo sistema de segurança pública. Segundo ela, é preciso adotar a segurança cidadã, uma perspectiva que não se restringe à repressão, mas com medidas para garantir que processos de violência não aconteçam.

O policial militar Leandro Prior, integrante da Rede Gay Brasil, foi além ao dizer que não é apenas o método de desmilitarização que é suficiente. Ele acredita que a necessidade é de um processo de formação de resignação dos operadores de segurança pública.

Posicionamento dos vereadores

Em vídeo gravado, a vereadora Soninha Francine (CIDADANIA) demonstrou preocupação com os casos e disse não saber como algumas pessoas conseguem chegar ao cargo de policiais militares com tamanho despreparo, e quis saber como é o processe seletivo dos PMs.

Celso Giannazi (PSOL) ressaltou que a maior parte das vítimas, de acordo com estudos e pesquisas, são jovens, negros e pobres, e que a cidade precisa atentar para o fato de que eles fazem parte da escola pública.

Patrícia Bezerra (PSDB) também cobrou a desmilitarização da PM, pois os números de casos de violência policial estão atingindo níveis exorbitantes. “O policial precisa de treinamento e não de truculência” defendeu.

Juliana Cardoso (PT) apelou ao coronel Camilo dizendo que a sociedade passa por uma situação dolorosa. “Não há condições de viver como estamos. É preciso criar formas de garantir a segurança às pessoas que denunciam, para que não sejam perseguidas depois”, solicitou.

Representantes da Polícia

O coronel Álvaro Batista Camilo garantiu que a Polícia Militar está aberta para ouvir as experiências de todos e concorda com todas as avaliações relacionadas às melhorias e avanços necessários para a atuação da corporação. Ele ainda defendeu que a PM só continua militar no que diz respeito à estrutura hierárquica, e que a instituição tem vários mecanismos de defesa dos direitos humanos. “Isso é muito difícil, pois vivemos em uma sociedade que quer o ‘bandido morto’. O jovem que entra na Polícia vem dessa sociedade. É um desafio melhorar”, afirmou.

Ele ainda disse que, para ingressar no quadro da PM, a pessoa precisa passar por ao menos cinco tipos de testes, e entre eles estão dois fundamentais: um psicotécnico para avaliar o equilíbrio emocional e agressividade, e outro de investigação social para verificar se existe envolvimento pregresso com a criminalidade.

Na mesma linha, o ouvidor da PM, Elizeu Soares, disse que é necessário lançar um olhar desapaixonado sobre as questões.

Também seguindo o mesmo pensamento, o secretário municipal de Segurança Urbana, coronel Celso Aparecido Monari, garantiu que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) está na mesma linha de defesa da ordem, da lei e respeito aos direitos humanos. “A GCM busca ser amiga, protetora e aliada do cidadão. E o trabalho é eficaz, pois os dados mostram que existe uma sistemática queda no número de homicídios na cidade nos últimos tempos”, revelou.

Outras notícias relacionadas

Ícone de acessibilidade

Configuração de acessibilidade

Habilitar alto contraste:

Tamanho da fonte:

100%

Orientação de acessibilidade:

Acessar a página Voltar