RENATA AFONSO
DA TV CÂMARA
Alegando economia de custos, a Prefeitura de São Paulo suspendeu, em abril deste ano, o funcionamento 24 horas da biblioteca Mário de Andrade, maior biblioteca pública da cidade.
O assunto foi tema de um encontro na Câmara Municipal nesta segunda-feira (26/6). A iniciativa foi da vereadora Sâmia Bomfim (PSOL). Ela é autora do Projeto de Lei (PL 305/2017) que torna obrigatória a abertura permanente do espaço.
“A gente escreveu o PL junto com alguns bibliotecários e trabalhadores da própria Mário de Andrade pensando em aprimorar algumas pequenas deficiências que havia no modelo de funcionamento anterior. A ideia é poder dar o devido acolhimento e atendimento, inclusive para a população de rua e para os imigrantes que o espaço recebia, e poder transformá-lo num ponto de irradiação de cultura, sempre visando uma cidade que funcione 24 horas, uma Metrópole em pleno funcionamento.
Leiliane Santos de Souza, técnica em química, frequentava a biblioteca Mário de Andrade durante a madrugada. Ela usava as instalações das 23h30 às 6h.
“Eu frequentei a biblioteca Mário de Andrade durante um semestre inteiro, me preparando para concursos, eu virava a madrugada. Tenho um compromisso com essa biblioteca e é por isso que estou aqui hoje.”
A biblioteca começou a funcionar 24 horas em outubro de 2015. Além de empréstimos de livros nas madrugadas, a antiga direção investiu em programação noturna.
Luiz Armando Bagolin, ex-diretor da biblioteca Mário de Andrade lembrou que o funcionamento noturno também é uma questão de segurança.
“É importante que se diga também que a Mário de Andrade não é apenas uma biblioteca, ela é um espaço cultural, com diversas linguagens, e a ideia de torná-la 24 horas, sete dias por semana aberta, atende também uma necessidade de trazer mais segurança para o entorno.”
O deputado estadual, Carlos Giannazi (PSOL) participou do debate e também salientou a importância do funcionamento 24 horas.
“É muito importante que ela funcione também no período noturno, até porque você tem uma população usuária que só tem esse tempo para usufruir dos seus trabalhos, dos seus serviços.”