O engenheiro Sadalla Domingos, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), participou da reunião da Comissão de Meio Ambiente nesta quarta-feira e apresentou algumas ideias para alterar a maneira com que a cidade lida com os recursos hídricos. O que é um bem valioso hoje é visto como transtorno por muitas pessoas, lamentou.
Domingos explicou que o asfaltamento e o adensamento populacional fizeram com que a cidade ficasse com uma parte impermeável por cima de outra, que é como uma esponja. O que ele propõe é que o sistema de drenagem seja modificado, com o uso de elementos simples e conhecidos, como paralelepípedos, classificado pelo engenheiro como um pavimento poroso.
Além disso, Sadalla defende a naturalização, o que significa pegar essa chuvarada, matar no peito e conviver com esse ritmo. O engenheiro acredita que várias estruturas poderiam ser construídas para solucionar os problemas atuais, e disse que o bairro do Bixiga poderia ser utilizado como modelo pela Prefeitura. Ele apresentou estruturas já utilizadas no Japão e na Itália, como praças com espaço para armazenamento de água, criando lagos artificiais que despejam a água mais lentamente.
Precisamos diminuir a velocidade de forma organizada, quebrar essa energia, e podemos fazer isso de uma forma que a água seja atrativo urbano, concluiu.
Outro ponto apresentado seriam bocas-de-lobo filtrantes, que continuamente infiltrariam parte da água. Por que não reconstruímos dessa forma as milhares de bocas-de-lobo colapsadas?, questionou.
Por fim, o engenheiro condenou a política de construção de piscinões, que segundo ele onera ad eternum o orçamento do município, referindo-se aos altos custos de manutenção dos reservatórios. É irresponsável atribuir aos governos futuros esses gastos, é como assinar um cheque em branco, criticou.
(14/11/2012 – 14h30)