RenattodSousa/CMSP
Rodolfo Blancato
O carnaval em São Paulo vai muito além do Anhembi. Todos os anos, dezenas de blocos e bandas saem pelas ruas da cidade mantendo uma tradição que remonta ao início do século: a do carnaval de rua, com suas marchinhas, confete e serpentina.
Nessa sexta (28/6), representantes de diversos desses blocos compareceram à Câmara Municipal para debater como manter vivo o carnaval que acontece fora do Sambódromo. Para Rubens Machioni, presidente do bloco Esfarrapados do Bexiga, o maior é problema é financiar a atividade.
Machioni reclama que a Lei Cidade Limpa, apesar de seus resultados positivos, cortou a maior fonte de recursos da organização que por sinal é o bloco mais antigo da cidade, fundado em 1947. Eu não posso por uma propaganda de um parceiro comercial que eu corro risco de ser multado. E o parceiro também, lamenta.
Para ele, a Lei devia ser flexibilizada para permitir que os blocos saiam às ruas com patrocínio ao menos alguns dias por ano.
Já Carlos Alberto Caetano, o Carlão da Peruche, acredita que as escolas de samba precisariam contribuir mais para a popularização do carnaval. Se as escolas recebem verba para fazer o carnaval, porque não se exige que elas façam eventos para o povo? Para a comunidade, questiona o sambista.
Um dos fundadores da escola de samba da Zona Norte de São Paulo, Carlão fala com saudosismo das folias do passado. O que nós fazemos no Anhembi não é carnaval. É uma competição entre escolas de samba.
Realizador do evento, o vereador Orlando Silva (PV), diz que a iniciativa teve o objetivo de ouvir a opinião dos membros dos blocos sobre o grupo de trabalho criado pelo prefeito Fernando Haddad com o objetivo de estabelecer a política cultural para o carnaval de rua da cidade.
A prefeitura montou um grupo de trabalho para estabelecer regras, orientações para o carnaval de rua da cidade. A minha preocupação é que isso se dê sem ferir a alma da festa, sem ferir a alegria e a espontaneidade, comentou parlamentar.
RenattodSousa/CMSP
(28/6/2013 20h18)