A Câmara Municipal de São Paulo entregou nesta segunda-feira (12/9) a Salva de Prata ao Projeto Ronda Guardiã Maria da Penha. Implementado na capital paulista com o objetivo de prevenir e combater a violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial contra as mulheres, o programa é uma parceria entre as secretarias municipais de Segurança Urbana e de Políticas para as Mulheres com o Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) do Ministério Público Estadual.
Integrante de uma das equipes que realiza visitas semanais a mulheres com medidas protetivas contra seus ex-parceiros por violência doméstica, a guarda civil metropolitana Patrícia Pereira Favela contou que é satisfatório ver que muitas das vítimas conseguem retomar suas vidas com o Projeto Ronda Guardiã Maria da Penha. “Auxiliamos uma senhora que morava em uma pensão e todas as noites ela empurrava os móveis para a porta com medo do ex-marido retornar para bater nela. Depois que começamos a fazer as visitas ela nos contou que conseguiu voltar a dormir normalmente”, revelou. “É muito gratificante ver como a pessoa se recupera, porque passa a ter segurança e sabe que pode ligar para nós quando encontra com seus agressores”, acrescentou.
O secretário de Direitos Humanos, Felipe de Paula, elogiou o programa. “A iniciativa é fundamental para combater a violência e resguardar as mulheres que sofrem esses problemas”, disse.
O coordenador do Projeto, Laércio dos Santos, ficou feliz com a homenagem da Câmara. “A Salva de Prata nos motiva ainda mais a dar continuidade a esse projeto tão importante que traz segurança e aumenta a confianças das mulheres”, disse. De acordo com ele, atualmente 181 mulheres estão sendo atendidas.
O comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Gilson de Menezes, comentou a importância da homenagem. “É uma maneira da cidade reconhecer o trabalho como sendo de excelência e isso mostra que estamos no caminho certo e que o nosso projeto pode ser exportado para outras cidades”, explicou.
Segundo a coordenadora do núcleo de gênero do Ministério Público, Valéria Scarance, os guardas que participam do projeto são treinados para dar atendimento às vitimas. “É uma maneira de evitar a reincidência da violência doméstica, porque a presença do guarda faz com que o agressor fique inibido, e caso ele esteja no local, os guardas são orientados para conversar com o agressor para ele não retornar”, argumentou.
O sucesso do projeto faz com que a prefeitura estude maneiras de ampliar as visitas dos guardas para outras regiões. “Queremos que a Ronda Guardiã Maria da Penha saia do Centro e vá para mais quatro regiões. Para isso, deveremos ampliar de 40 para mais de 100 guardas envolvidos”, revelou o secretário de Segurança Urbana, Benedito Domingos Mariano.
O proponente da Salva de Prata, vereador Ari Friendebach (PROS), parabenizou a todos pelo trabalho. “É o reconhecimento de um trabalho brilhante que a GCM tem feito. O Projeto Ronda Guardiã Maria da Penha talvez seja uma das mais importantes vitórias do meu mandato, porque conseguimos zerar os casos de reincidência de violência doméstica com a presença dos guardas na casa das mulheres”, disse.