A Câmara Municipal debateu nesta quinta-feira (30/04), no Plenário 1º de Maio, o Brasil e a Crise Econômica Mundial. O evento, de proposta do vereador Francisco Chagas (PT), pontuou os principais aspectos da crise no País e abordou algumas soluções para retomada do crescimento. Quintino Severo, secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) nacional, pediu a expansão da economia doméstica e medidas para a manutenção do emprego e da renda, pois, em sua opinião, “esses são elementos estratégicos para o Brasil voltar a crescer.”Para Severo, o impacto da crise no Brasil foi menor devido ao fortalecimento do mercado interno. “O papel do Estado é fundamental, e a atenção deve ser focada no sistema financeiro; com juros menores, créditos mais baratos e diminuição do spread bancário.” Ricardo Amorim, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), explicou que a desregulamentação do sistema financeiro mundial foi a grande responsável pela forte crise. Amorim também contemporizou a pobreza brasileira entre 1950 e 2000, e mostrou que as características de distribuição de renda hoje são as mesmas de 50 anos atrás. Com apresentação de dados, ele indicou que o País enfrentou forte inflação e desemprego nos anos 80. Segundo o pesquisador, o Estado de São Paulo concentra 58% da riqueza nacional. “Temos de aprender com os erros, continuar distribuindo renda para seguir com as mudanças econômicas pró-desenvolvimento”, disse. Já para o representante da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base, Newton Azevedo, o fundamental é investir em energia, transporte, tecnologia e saneamento básico. Para Azevedo “é preciso tomar cuidado para não transformar o Estado no culpado e o empresário no grande mal, pois todos buscam uma sociedade mais justa e um depende do outro.” Nivaldo Santana, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), lembrou do programa de moradia do governo federal e a cobertura da imprensa sobre os impactos da crise. “A mídia faz previsões temerárias. É impossível saber o real impacto da crise futuramente. Com certeza a crise não vai ser uma ‘marolinha’, mas também não será um ‘tsunami’. Santana também disse “que as ações do Estado estão sendo fundamentais para sair da crise.” O vereador Francisco Chagas enalteceu o encontro, que também teve a presença dos vereadores Jamil Murad (PC do B), Netinho de Paula (PC do B) e Zelão (PT). “O debate abriu nossa percepção, foi bom para refletir sobre os problemas e apontar saídas concretas.” |