Após duas horas de discussão, a Câmara Municipal de São Paulo deu por encerrada, nesta terça-feira (6/11), a primeira fase de debates do Projeto de Lei (PL) 705/2017, que autoriza o Executivo a fazer a privatização do Autódromo de Interlagos, área de quase 1 milhão de metros quadrados, na zona sul da cidade. O texto deve ser votado nesta quarta-feira (8/11).
De acordo com o governo, votar em primeira discussão ainda nesta semana é importante para que o prefeito João Doria (PSDB) possa apresentar o Projeto aos investidores que virão à cidade acompanhar o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, marcado o próximo domingo.
“A corrida é apresentada em mais de cem países. Deve atrair, portanto, todas as pessoas que estão ligadas e antenadas em investimentos. É um grande negócio e, mostrando Interlagos, buscamos interessados”, disse o líder do governo, Aurélio Nomura (PSDB).
A venda do terreno faz parte do PMD (Plano Municipal de Desestatização). A Casa já aprovou o pacote de concessões de terminais, parques, mercados, sistema de bilhetagem de ônibus e serviço de pátios e remoção, assim como autorizou que o Executivo procure parceiros do setor privado para administrar o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, na zona oeste. A venda do Complexo Anhembi, na zona norte, aguarda segunda votação.
Antes de votar Interlagos, a Câmara irá publicar os Substitutivos no Diário Oficial e realizar um Congresso de Comissões em Plenário. Após a primeira fase, antes da segunda e definitiva votação, o parlamento vai agendar audiências públicas sobre o tema.
A oposição reclamou do texto apresentado nesta terça-feira. Os parlamentares dizem que o Projeto é vago. “A forma com que o prefeito quer aprovar a venda da cidade de São Paulo, o PMD, não podemos concordar. Falta estudo prévio”, disse o vereador Reis (PT).
Ele também criticou a falta do PIU (Plano de Intervenção Urbana) para a área. “Eles estão pulando as etapas. Falta fazer avaliações, dizer por quanto será vendido, e quais os ganhos de intervenção urbana que a cidade terá”.