A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, marcada para o domingo (18/6), é um dos maiores eventos turísticos do mundo. Neste ano, a expectativa oficial é receber entre 400 e 500 mil visitantes.
Além do viés cultural e da luta pelo reconhecimento de direitos dos LGBTs, o retorno financeiro para a cidade é outra marca relevante, que chama a atenção com números expressivos. De acordo com São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), a Parada movimenta cerca de R$ 200 milhões.
O apelo econômico foi um dos principais argumentos do ativista Welton Trindade para chamar a atenção do poder público para as demandas do movimento LGBT no seminário promovido pela Comissão de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara Municipal nesta sexta-feira (9/6).
Responsável pelo Guia Gay São Paulo, o jornalista defende uma série de reivindicações para tornar a capital paulista uma referência ainda maior no segmento. De acordo com Welton, ainda falta, por exemplo, qualificação de profissionais envolvidos no atendimento ao público LGBT em muitos bares, restaurantes e hotéis. Ele também pede uma divulgação mais ampla do calendário turístico, que vai além da Parada do Orgulho LGBT.
“Nós temos uma programação atrativa o ano todo. Temos de refletir, e esse seminário serve para isso. Muito se fala em crise, mas o poder público, empresarial e a sociedade precisam se conscientizar que quem quer uma cidade com mais empregos, com mais arrecadação e mais cidadania, tem que querer o turismo LGBT”, cobrou.
A gerente da SPTuris (São Paulo Turismo) Fernanda Ascar, afirmou que existe a disposição de apoiar as demandas expostas. “A gente tem que pensar na capacitação de recepcionistas e prestadores de serviço para atender cada vez melhor esse turista e suas exigências. Sobre a divulgação, já temos um site específico para isso, e estamos pensando em parcerias para divulgar ainda mais esse calendário”.
O sociólogo e pesquisador em Comportamento do Consumidor, Fábio Mariano, destacou a importância do público LGBT como um dos principais grupos de consumo nos principais setores do turismo.
“Eles gostam de comprar, se divertir, de participar de eventos culturais e comer bem. E São Paulo oferece tudo isso. Então é preciso que os empresários abram a cabeça para cativar esse público”.
O vereador Senival Moura (PT), que preside a Comissão de Turismo da Câmara, ressaltou que o seminário teve o objetivo de formalizar a relevância do movimento LGBT para cidade de São Paulo.
“Realizamos esse seminário para dialogar um pouco sobre a importância da Parada, mas também sobre toda a comunidade gay que reside e visita nossa cidade. São pessoas que têm sua ideologia de gênero e que devem ser ouvidas e respeitadas como todas as outras”, disse.