Nesta sexta-feira (16/3) o Auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo recebeu uma solenidade de despedida do cônsul-geral da República do Peru em São Paulo e presidente do GRULAC (Grupo dos Países da América Latina e do Caribe nas Nações Unidas) , Jorge Arturo Jarama Alvan.
Nascido em Lima, Arturo é formado em Relações Econômicas Internacionais e em Relações Internacionais. Segundo ele, a homenagem significa um respiro após muito trabalho na cidade.
“É um grande prazer porque, na verdade, quando um trabalho é pela sua comunidade, é sem interesses, pensando sempre em resolver os problemas e sempre são muitos problemas. Então, esse tipo de homenagem é uma paz, é um momento de tranquilidade em receber reconhecimento por uma tarefa intensa nos últimos cinco anos”, diz.
Para ele, a experiência da relação entre os países foi muito positiva. “Nas últimas décadas assinamos muitos acordos, muitos compromissos. Um deles, por exemplo, é a construção da Rodovia Interoceânica, que liga o Brasil ao Peru. Todas as semanas uma empresa peruana faz um percurso de São Paulo até Lima em cinco dias. Isso é uma mostra a mais do compromisso que existe entre o Peru e o Brasil. E o centro está aqui em São Paulo”, afirma.
A solenidade foi iniciativa conjunta do vereador Natalini (PV) e da ONG PAL (Presença da América Latina). O vereador também é autor da Lei 14.365/07, que inclui no calendário oficial da cidade de São Paulo o Dia do Imigrante, comemorado anualmente no dia 18 de dezembro.
“São Paulo é uma cidade formada por centenas de nacionalidades e nós temos um trabalho grande, principalmente com a comunidade latina. Eu fiz a Lei para estimular essa convivência com as pessoas que ajudaram construir o município. Meu trabalho com eles é de congregação, de manter a cultura, a tradição e a religiosidade de cada nacionalidade”, diz.
Segundo Natalini, o Cônsul é uma pessoa que agrega e congrega no município. “Dentro dessa estratégia de ter um relacionamento cada vez maior, mais profundo, mais agregado com as comunidades, Arturo é um representante dessa nossa maneira de pensar. Na despedida, resolvemos entregar uma Placa de Prata, um livro sobre São Paulo e abraçá-lo. Ele continua aqui, vivendo com a gente”.
Para a chilena Oriana Isabel Jara Carmona, presidente da ONG PAL, a homenagem mostra um pouco do objetivo de todos os estrangeiros que chegam ao Brasil, e a entrega, por ser na Casa do Povo, tem um significado maior.
“Nós queremos ser povo brasileiro, não temos direito a voto, temos algumas excelentes modificações em São Paulo, mas não em todo Brasil. O País nos abriu as portas e queremos que a gente tome consciência, a partir das autoridades, de que nós somos parte do Brasil, porque é aqui que nós moramos”.
A organização, criada em 2004, tem a finalidade de articular e fortalecer comunidades de imigrantes latino-americanos residentes no Brasil.
“Nosso primeiro objetivo foi divulgar a cultura latino americana aqui em São Paulo. A gente se uniu, formou um jornal nessa linha, e foi muito bom. Depois tivemos consciência dos problemas, principalmente os bolivianos. A partir disso, a necessidade de trabalhar por essa população, muitas vezes sem documentos, se estabeleceu. Começamos a trabalhar muito mais na articulação de políticas públicas”, afirma.
Além do vereador, compuseram a mesa Oriana Jana Maculet, presidente da ONG PAL, Juan Carlos Vidal García, diretor do Instituto Cervantes, Ives Berger, representante da Comunidade Peruana, e Jorge Mroz, representante da Secretaria de Cultura.