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Câmara homenageia Florestan Fernandes

Por: - DA REDAÇÃO

7 de agosto de 2015 - 21:14

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O sociólogo, professor e político Florestan Fernandes, que faleceu em 1995 aos 75 anos, foi lembrado em homenagem realizada na Câmara Municipal de São Paulo, na noite desta sexta-feira (7/8). A iniciativa partiu do vereador Toninho Vespoli (Psol).

“Pensar o Florestan como o maior sociólogo do Brasil tem um caráter muito especial até por conta da sua vida, que foi sofrida. O Florestan consegue desvendar um pouco sobre o que é o Brasil, a sua formação, e também falar quais espaços do país devem ter um rumo para o socialismo. Acho que isso é fruto também de toda a sua vivência no período de infância”, afirmou Vespoli.

Florestan era de origem muito pobre e desde criança se viu obrigado a trabalhar para ajudar no sustento da família. O menino que conseguiu estudar, apesar das dificuldades, carrega para muitos a responsabilidade de ter trazido a Sociologia para o país em meados do século passado.

Paulo Henrique, neto do homenageado, comentou sobre o reflexo dos ensinamentos deixados, sobretudo, a conduta de seu avô no curso da vida, não apenas na vida pública, mas acadêmica e familiar, que influencia gerações.

“Além do legado político, de ser sempre uma pessoa íntegra e comprometida com os problemas sociais brasileiros, ele deixa para a família e para a sociedade de modo geral uma produção intelectual importante. Minha mãe foi professora de Sociologia da USP e agora eu também sou professor na mesma universidade, então, de alguma maneira, tentamos manter o legado, em todos os aspectos”, disse.

O deputado federal Ivan Valente (Psol) afirmou que a homenagem é estendida também para aqueles que querem a mudança para os “de baixo”, querem a mudança para aqueles que lutam por uma sociedade justa e igualitária.

A professora do Departamento da Sociologia da USP, Maria Arminda Arruda, entende que Florestan foi um homem de múltiplas faces e construiu uma obra sociológica impar, sendo possível dizer que o sociólogo ‘deu o tom’ da sociologia acadêmica, a maneira de pensar dos cientistas sociais de hoje. No entanto, não se esqueceu da parte social.

“Ao mesmo tempo ele manteve um profundo compromisso com as camadas populares, e construiu um novo lugar para pensar a modernização brasileira e a sociedade”, disse.

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