Durante a Segunda Guerra Mundial, seis milhões de judeus foram exterminados nos campos de concentração do regime nazista. Para que o trágico acontecimento do Holocausto não caia no esquecimento os vereadores Jooji Hato (PMDB) e Floriano Pesaro (PSDB) propuseram a sessão solene que se realizou nesta quinta-feira (05/03) no Plenário Primeiro de Maio da Câmara Municipal de São Paulo.
A solenidade, em homenagem à vítimas do massacre nazista, destinou-se a conscientizar as novas gerações dos horrores do extermínio do povo judeu, defender a paz e combater o antissemitismo. A Mesa da cerimônia – assistida por pessoas que usavam a estrela de Davi na lapela – foi composta pelos proponentes da sessão; pelo vereador Gilberto Natalini (PSDB); pelo vice-presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat; o presidente da Juventude Judaica Organizada do Brasil, Pérsio Bider; a diretora administrativa da Amisrael, Kélita Machado; e Rita Braun, sobrevivente do Holocausto.
A sessão solene também foi prestigiada pelos vereadores José Ferreira Zelão (PT), Eliseu Gabriel (PSB), Antônio Goulart (PMDB), Souza Santos (PSDB), Marco Aurélio Cunha (DEM), Milton Ferreira (PPS) e Carlos Alberto Bezerra Jr. (PSDB); e pelo secretário-geral parlamentar da Casa, Breno Gandelman.
“Numa guerra todos perdem. Minha participação nesse evento tem uma conotação especial: como descendentes de japoneses, meu pai e meus familiares viveram os horrores da Segunda Guerra. Que o mundo não se esqueça que os horrores do Holocausto jamais podem acontecer novamente”, observou o vereador Jooji Hato, que presidiu a solenidade.
“O Holocausto se tornou símbolo da barbárie no século XX. Para os nazistas, os seres humanos e, em especial, os judeus – mas não só – foram privados de cidadania e considerados supérfluos, descartáveis. O Holocausto é a prova viva de que o conhecimento e a inteligência podem ser usados para o mal, não contra uma pessoa, mas contra um povo, contra uma geração”, salientou o vereador Pesaro, que protocolou projetos de lei para criar o Dia Municipal do Holocausto e para incluir a disciplina “Holocausto” no currículo de História da rede municipal de ensino.
“É possível termos uma convivência sem agredirmos uns aos outros. Tenho pena daqueles que ousam negar o Holocausto. A nossa missão é trabalhar para que essas coisas nunca mais aconteçam, seja com os judeus, seja com qualquer outro povo. A cultura da paz começa dentro da nossa casa, no bar, na esquina, no Parlamento”, lembrou o vereador Gilberto Natalini.
“Depois do Holocausto, soubemos o valor de uma vida e conseguimos criar o Estado de Israel”, acrescentou, em sua fala, Ricardo Berkiensztat.
A sobrevivente polonesa Rita Braun relatou em seu discurso na solenidade os horrores que sofreu confinada num gueto na Polônia, desde os seus nove anos, quando a Segunda Guerra teve início. “Em cinco anos de minha vida, não tive adolescência. Eu sofri toda sorte de tortura mental. Meu irmãozinho de sete meses foi ensacado e jogado vivo dentro de uma cratera”, conta. Rita fugiu para o Brasil com parte de sua família das garras nazistas.
A cerimônia foi encerrada pela música “Holocausto”, interpretada pela cantora Loide Alves, pela execução do Hino de Israel e pelo acendimento simbólico de velas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 27 de janeiro como o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto.
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